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Profundezas do oceano: cabeamento submarino abre portas para data center no fundo do mar

em Destaques
domingo, 10 de março de 2024

Explorar as profundezas do oceano em prol do avanço tecnológico pode desempenhar um papel crucial para o progresso da tecnologia. Em um mundo onde a tecnologia tem se expandido em ritmo acelerado, a busca constante por novas fronteiras para a inovação tem sido inevitável.

Desde a conquista da lua até o envio de sondas e satélites para outros planetas, o ser humano tem demonstrado a cada dia uma capacidade de tentar superar os limites do conhecimento e da tecnologia, agora também no oceano.

Contudo, a relação entre o setor de telecom com o fundo do mar não é de hoje. Já velhos conhecidos, os cabos ópticos submarinos têm sido responsáveis por transportar, a algum tempo, enormes volumes de dados a velocidades impressionantes através dos sete mares, proporcionando assim, uma finalidade nobre: conectar continentes, possibilitando uma comunicação instantânea entre pessoas e o acesso quase que irrestrito à rede mundial de computadores, a internet.

No Brasil, a cidade de Fortaleza tem se destacado de forma positiva quando o assunto é cabeamento submarino. Para se ter uma ideia, hoje, a capital do Ceará já conta com 17 cabos ópticos introduzidos no fundo do oceano Atlântico e que estão em pleno funcionamento, o que a coloca como um verdadeiro hub tecnológico estratégico no País.

“Esses cabos ópticos submarinos, que têm funcionado de forma efetiva para conduzir internet de um continente a outro, ilustram bem sobre a realidade de se ter a tecnologia e a natureza trabalhando juntas de maneira eficaz e harmoniosa”, comenta a CEO da Fibracem, Carina Bitencourt, uma das principais indústrias especializadas no setor de comunicação óptica no Brasil.

. Próximo passo: um mergulho para a inovação – Ainda assim, a evolução não deve parar por aí. Uma das fronteiras intrigantes que pode ser a próxima a ser ultrapassada e que deverá ilustrar bem o avanço tecnológico é a possibilidade de instalar data centers no fundo do mar. O que antes poderia parecer ‘coisa de ficção científica’, talvez já não seja mais.

Em 2015, por exemplo, a empresa Microsoft içou pela primeira vez um data center nas Ilhas do Norte e agora, recentemente em 2023, a China colocou uma mega estrutura a 35 metros abaixo do nível do mar. Explorar as profundezas do oceano em prol do progresso tecnológico vem sendo enxergada como uma atividade impressionante e capaz de desempenhar um papel crucial no avanço da tecnologia de transmissão e armazenamento de dados.

De acordo com Carina, isso porque as águas profundas fornecem um ambiente naturalmente frio, o que resolve a principal questão em relação à proteção da infraestrutura: o resfriamento do equipamento de forma eficiente. Entretanto, entra em cena uma outra questão que precisa ser respondida: como seria a conectividade entre as empresas e seus dados que estariam arquivados nos chamados Underwater Data Center (UDC)?

“A proximidade de grandes cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Fortaleza, entre outras regiões ao litoral, significaria menos latência na transmissão de dados, o que é crucial para serviços online em tempo real como streamings e plataformas de jogos”, responde a CEO da Fibracem.

. Popularização tecnologia pode levar tempo – Ainda que a instalação de data centers no fundo do mar possa ser vista como mais um importante passo desta jornada de exploração que envolve oceanos e tecnologia, no entanto, a sua popularização pode levar tempo e estar longe de se tornar, de fato, uma realidade concreta, especialmente no mercado brasileiro de telecomunicações.

“A infraestrutura necessária para construir e manter um data center subaquático é complexa e também cara. Além disso, há desafios técnicos significativos a serem superados, como garantir a segurança dos dados em um ambiente tão hostil e inacessível”, finaliza Carina Bitencourt. – Fonte e mais informações: (https://www.fibracem.com).