O Programa de Proteção ao Emprego (PPE), criado pelo governo para evitar demissões em empresas com dificuldades financeiras, perdeu a utilidade para as fábricas da Mercedes-Benz no Brasil, afirmou ontem (28), o presidente da montadora no País e na América Latina, Phillipp Schiemer.
Em razão disso, o executivo afirmou que a adesão da empresa ao programa, que termina em maio, parece “impossível” de ser renovada.
Lançado em julho do ano passado, o PPE permite que empresas reduzam os salários e as jornadas dos seus funcionários em até 30%, com metade da perda salarial compensada pelo governo. “É um programa que ajuda temporariamente a passar por uma situação, nós fizemos durante nove meses e ele perdeu a utilidade porque o problema continua o mesmo, então temos de encontrar outras maneiras (de lidar com as dificuldades financeiras)”, afirmou o executivo. A Mercedes-Benz aderiu ao programa em agosto.
Ele se recusou a dizer, no entanto, se a montadora vai realizar demissões após o fim do período de adesão ao programa. A montadora conta hoje com um excesso de 2 mil funcionários e, além do PPE, tem recorrido ao lay-off (suspensão temporária de contratos) para ajustar a produção das fábricas à demanda do mercado. O mercado de veículos tem sido um dos mais afetados pela crise econômica, principalmente em razão do aumento do desemprego, que fez cair a renda e a confiança do consumidor, e da maior restrição ao crédito, que reduziu a concessão de financiamento para veículos (AE).