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Poupança, a porta de entrada do mercado financeiro

em Destaques
domingo, 30 de outubro de 2022

Brasil acumula recorde de saques e especialista explica essa movimentação. A caderneta de poupança é a porta de entrada para quem está começando a investir, principalmente por seu fácil acesso e seguridade.

Entretanto, segundo o Banco Central, no acumulado do ano o volume de saques superou o de depósitos em R$ 91,1 bilhões, ultrapassando o recorde de retiradas registrado em 2015 quando R$ 53,8 bilhões deixaram a poupança.

Para Tiago Feitosa, analista e especialista em mercado financeiro e fundador da T2 Educação, duas hipóteses podem estar por trás dessa movimentação. A primeira é que o dinheiro está saindo da poupança e indo para instrumentos de investimentos mais rentáveis.

“Desde 2020 a caderneta de poupança opera com o rendimento real e só agora está acima da inflação, por isso, investidores tem procurado opções com mais retorno para colocar seu capital”, completa.

A segunda suposição envolve a diminuição da renda média do brasileiro e o crescimento do endividamento das famílias. Uma pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC) revelou que, em setembro, 79,3% dos lares do país estavam endividados e que a alta na inadimplência segue acelerada.

“Pode ser que parte desse dinheiro tenha sido extraído da poupança para que as pessoas possam liquidar suas despesas que são maiores que suas respectivas rendas”, explica Tiago. Apesar da poupança ter apresentado ganho real nos últimos 12 meses, esse valor ainda não é expressivo para o investidor porque o que está acontecendo é uma reposição de perdas pela inflação.

“Estamos vivendo uma deflação circunstancial causada pela redução de impostos, mas não há nenhum indicador que garante que ela continuará caindo, já existindo uma tendência de alta para os próximos anos”, argumenta o especialista.

“É preciso avaliar o comportamento da inflação nesse final de ano e, principalmente, a partir de 2023 com o resultado das eleições presidenciais e as eventuais novas políticas econômicas”, complementa. Historicamente, o rendimento da caderneta de poupança é menor do que alguns investimentos de renda fixa e o investidor que opta por ela a longo prazo acaba perdendo dinheiro para a inflação.

Veja os três pontos que o investidor deve avaliar antes de sair da poupança e ir para outra aplicação do mercado financeiro, de acordo com Tiago Feitosa:

1 – Familiaridade com outro investimento – “Não é razoável tirar o dinheiro da caderneta de poupança do investidor que se sente confortável nela e alocá-lo em um produto desconhecido. É necessário que o cliente entenda a dinâmica de outros investimentos e esteja tranquilo com relação a esse passo”, ensina o especialista.

2 – As necessidades do investidor com o dinheiro poupado – “se existe a intenção de usar esse dinheiro ou parte dele no curtíssimo prazo, em menos de 90 dias, provavelmente é melhor para o investidor ficar na caderneta de poupança porque nela não há incidência de imposto de renda”, esclarece Tiago. Caso ele tenha planejado que esse capital fique além de três meses, existem outras opções no mercado financeiro que trarão mais retorno.

3 – Prazo: se o investidor não tem horizonte de tempo e não sabe quando vai usar o dinheiro, mas eventualmente sabe que pode precisar dele para uma necessidade, ou seja, está poupando para uma reserva de emergência, é recomendado que aloque seu capital em títulos pós fixados. “Eles possuem um risco de mercado menor e a chance de surpreender o cliente negativamente é muito pequena”, finaliza. – Fonte e mais informações: (https://t2.com.br/).