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Os caminhos operacionais para abraçar a transformação digital

em Destaques
quarta-feira, 02 de dezembro de 2020

Fabrício Beltran (*)

A transformação digital simboliza uma era em que o apoio de soluções digitais é primordial para a eficiência do cotidiano operacional das empresas. Permanecer alheio às oportunidades que a implementação tecnológica proporciona às organizações, independentemente do segmento em que se está inserido, não é uma alternativa aconselhável para os que buscam se consolidar em um mercado cada vez mais competitivo.

Os consumidores, de um modo geral, enxergam com bons olhos iniciativas voltadas para a inovação. No entanto, essa transição ao digital não se desenrola da noite para o dia, pelo contrário, demanda tempo e uma abordagem estratégica por parte dos envolvidos no processo.

Seguindo esse raciocínio, o gestor, grande responsável pela condução dessa mudança na cultura corporativa, deve centralizar suas atenções em tópicos que fogem do usual. Isto é, questões que não se limitam à presença da máquina e seus aprimoramentos técnicos.

Ao contrário do que se imagina, tão importante quanto a automatização de operações é a criação de hábitos favoráveis à interpretação dos insumos produzidos pela tecnologia, bem como a capacitação dos colaboradores.

. Identifique gargalos e principais necessidades – Não existe uma fórmula exata de sucesso. Cada caso apresenta suas particularidades e é dessa forma que a transformação digital precisa ser visualizada. Ferramentas adaptáveis, elaboradas justamente para suprir as lacunas identificadas de acordo com a realidade empresarial do contratante, exemplificam com fidelidade o trunfo por trás de um planejamento estratégico flexível.

São numerosos os desafios resultantes de problemas externos que fogem do escopo das empresas, fato que concede ainda mais imediatismo ao tema. Não por acaso, modelos estáticos de governança tendem a cair em desuso.

Geralmente, antes de realizar uma reforma em uma residência, é fundamental ter como apoio um conhecimento prévio e detalhado sobre pontos que exigem uma atenção diferenciada. Esse conceito se estende à recepção tecnológica em uma companhia. É através do diagnóstico que se pode almejar soluções realmente eficazes, maximizando os benefícios extraídos da digitalização.

. Tecnologia sem resiliência perde seu propósito – Mudar é preciso. Em tempos de adversidade, essa mentalidade deve se mostrar presente no dia a dia de qualquer empresa, sem exceções. Se levada ao termo literal, resiliência significa ter o discernimento necessário para se recuperar rapidamente de problemas inesperados, retornando à normalidade sem maiores traumas.

Essa é, sem dúvidas, uma qualidade que não pode ser subestimada pelo empresariado. Nenhum plano a curto, médio ou longo prazo se sustenta sem uma virtude de recuperação bem estabelecida.

Resiliência é um elemento de fácil aplicação em todos os aspectos de um negócio. Desde a gestão de pessoas ao relacionamento com o cliente. Sob o contexto do departamento de TI, ter a consciência para reconhecer riscos e possíveis ameaças à integridade das operações é o primeiro passo para a consolidação de profissionais aptos para solucionar fraquezas do sistema utilizado.

. Inteligência analítica para gerar valor estratégico – Hoje em dia, é simplesmente inconcebível analisar de modo amplo o real impacto da transformação digital sem considerar a figura dos dados nesse processo de transição interna.

As informações disponíveis, se configuradas com inteligência e maturidade analítica, tornam-se artifícios valiosos para a estruturação de um planejamento estratégico assertivo, que reflita em uma melhora gradual nas etapas de tomada de decisão. O resultado é um time de profissionais respaldados pela tecnologia, mas com plena autonomia para utilizar os insumos como julgarem mais adequado.

Abraçar o avanço tecnológico é um objetivo compartilhado por muitos, com justificativas válidas e condizentes com o momento que vivemos. Para que essa mudança seja realmente positiva, deve ser encarada com uma seriedade natural ao assunto. A democratização dos dados e a concepção de uma tecnologia humanizada são movimentações bem-vindas e alinhadas com um futuro extremamente promissor.

(*) – Formado em Tecnologia de Dados, com pós-graduação em Big Data e Desenvolvimento Móvel, é Founder e CTO da Nextcode (https://www.nxcd.com.br/).