A maioria absoluta das mulheres executivas em cargos de liderança (99% das brasileiras e 96% das estrangeiras) afirmam que, nos próximos três anos, será necessário melhorar processos de inovação nas empresas em que atuam. Além disso, para 80% das brasileiras e 71% das demais executivas, os avanços tecnológicos são uma oportunidade e não uma ameaça. No Brasil, 71% delas afirmam que as empresas em que trabalham têm estruturas de gestão que amparam os processos de inovação. No restante do mundo, 69% apontaram o mesmo.
Essas são algumas das conclusões da pesquisa “Visão Global das Líderes Femininas” (Global Female Leaders Outlook, em inglês), conduzida pela KPMG. O conteúdo foi produzido a partir de entrevistas realizadas com 1.124 executivas de 16 países, sendo 82 brasileiras. As líderes também estão causando disrupção em seus mercados, com 73% das brasileiras acreditando que o crescimento das suas organizações estará na capacidade de causarem disrupção nos negócios. Outro dado relevante é que 55% das brasileiras entrevistadas declararam que suas empresas estão mudando de maneira ativa seu segmento e não esperando a disrupção causada pela concorrência.
“A análise comparativa entre a amostra de entrevistadas brasileiras e a de outros países favorece a interpretação de tendências, comportamentos e transformações que estão impactando empresas de todos os setores. Os dados evidenciam que o mundo corporativo está mudando, mas as mulheres ainda batalham para equilibrar diversos elementos de suas realidades na vida profissional e pessoal”, afirma Patricia Molino, sócia de Cultura e Change Management, bem como Líder do Comitê de Inclusão e Diversidade da KPMG no Brasil.
O conteúdo da KPMG também abordou o otimismo das entrevistadas em relação à economia mundial nos próximos três anos, tendo 51% das brasileiras confiantes no crescimento contra 37% no restante do mundo. Sobre a expansão da economia nacional, 49% das brasileiras estão confiantes, um pouco mais que a proporção do grupo global, que atingiu 44%. De maneira geral, as mulheres estão confiantes quanto ao crescimento das empresas em que atuam e, especificamente, em relação à expansão dos negócios, mais da metade aposta no crescimento orgânico, seguido por alternativas de alianças estratégicas com terceiros e por fusões e aquisições.
“Aspectos sobre economia, negócios, mercado, diferença salarial, preconceito e até assédio são elementos presentes na realidade das mulheres executivas. Diversos estudos têm revelado que a participação feminina em cargos de gestão cresce a cada ano, mas há ainda uma série de interrogações sobre a questão de gênero no universo profissional”, afirma Estela Zanata, sócia-diretora da KPMG no Brasil.
As entrevistadas também foram questionadas sobre liderança e ambiente de trabalho: 50% das brasileiras e 57% das estrangeiras definem seu estilo como estratégico; 23% das brasileiras e 18% do grupo internacional definem seu estilo como democrático; 16% das lideranças nacionais e 20% das estrangeiras optaram pelo estilo ágil, focado em projetos.
Ainda nesse assunto, as mulheres acreditam que uma atmosfera de trabalho positiva tem o poder de aumentar a satisfação dos funcionários. Elas também querem mais possibilidades de equilibrar vida e trabalho, por exemplo, com jornadas mais flexíveis. A questão da resiliência também foi abordada nas entrevistas. Para mais de 80% das entrevistadas, a empresa resiliente é capaz de se adaptar rapidamente às mudanças no ambiente de negócios.
Em relação aos desafios e às habilidades em tecnologia, a Inteligência Artificial (IA) ainda é considerada emergente na maioria das empresas, com 41% das brasileiras e 37% do outro grupo afirmando que não implementaram recurso do gênero. Sobre o papel estratégico da segurança da informação, 66% das brasileiras e 70% das estrangeiras destacam que cuidar desse aspecto é uma vantagem competitiva.
Dentre as estratégias tecnológicas para buscar o crescimento, as mulheres defenderam produtos e serviços disponíveis em plataformas digitais. Além disso, para que as empresas estejam preparadas para o futuro, destacaram a relevância da modernização da força de trabalho.
As entrevistadas também foram questionadas sobre questões de gênero. Sobre esse item, 57% das brasileiras e 56% das demais já presenciaram o uso de estereótipos e julgamentos enviesados. As ocorrências são relacionadas a comportamentos gerais, qualificações, problemas de comunicação e assédio sexual. A pesquisa revelou ainda que a equidade de gênero em postos de comando deve aumentar se depender do empenho das líderes.
A maioria delas revelou que tiveram mais apoio de homens do que de mulheres em suas trajetórias profissionais. Mesmo assim, a cultura de apoio entre as mulheres parece estar se fortalecendo, especialmente no Brasil, uma vez que 30% das brasileiras e 19% das demais afirmaram que, no momento de passar o cargo a outra pessoa, escolherão uma mulher.
Fonte e mais informações: (www.kpmg.com.br).