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O perfil do líder de resultados

em Destaques
sexta-feira, 06 de agosto de 2021

Pedro Signorelli (*)

Há vários pontos a considerar quando se pensa numa liderança de resultados, no entanto, eu consigo centrar esse perfil em dois pontos: clareza de direção e suporte ao longo da jornada. Isso porque o líder de resultados tem a consciência da importância do time e do quanto é necessário que todos conheçam os rumos da companhia.

A ideia de que o distanciamento entre líder e liderados serve para manter a autoridade é na verdade uma péssima forma de manter a autoridade que, na verdade, vem pelo reconhecimento da atuação de cada um nas áreas do negócio e pela forma com que orienta e apoia seus liderados na execução das tarefas.

Os canais de comunicação podem ser diversos, o importante é que a comunicação seja eficiente. Antigamente a conversa com a equipe ocorria por memorandos, hoje ela pode ser feita por um post na rede social da empresa, por exemplo. O ponto crucial é que ela ocorra e que seja feita da maneira mais clara possível, de modo a ser entendida por todos, independentemente do nível hierárquico de cada um na companhia.

Outro aspecto importante é que gerentes e coordenadores, naturalmente mais próximos do dia a dia do time, tenham pleno conhecimento dos rumos da empresa para comunicar a mesma mensagem, sem ambiguidades ou alguma distorção na comunicação. Você já ouviu aquela expressão: a equipe é o espelho do líder? É ótimo que seja assim, desde que o líder, claro, seja focado em resultados, porque assim também será a equipe.

Claro que é importante apontar que ser focado em resultados não é atropelar ninguém, longe disso, é agir com clareza e objetividade. Tem algumas atitudes e pensamentos que são contrários àqueles que se espera de um líder de resultados, mas que ainda persistem. Vou apontar aqui três delas:

  1. – Subestimar o esforço de comunicação, achar que o que foi dito em uma reunião do C-Level seja suficiente para a mensagem chegar clara até ao estagiário;
  2. – Falar exclusivamente por meio de números, indicadores e metas;
  3. – Estar envolvido demais na agenda do dia a dia do negócio e trabalhar pouco as pessoas.

Note que nos três casos o foco são justamente as pessoas, que só ficam sabendo dos rumos da empresa quando o líder tem a transparência na gestão como forma de agir. Os líderes de gerações mais antigas costumavam guardar as informações para si como forma de manter o poder. Hoje em dia, é imprescindível um nível maior de compartilhamento de informações sem que isso implique uma perda de poder.

Na verdade é o contrário, essa transparência propicia um alcance de melhores resultados, inclusive, por meio de um maior engajamento do time, já que ele entende melhor o porquê de fazer determinadas coisas, este ou aquele projeto.
O desafio de comunicação nessa era da evolução exponencial da tecnologia faz com que, não por acaso, a gestão por OKR – Objectives and Key Results (Objetivos e resultados chave) – venha conquistando cada vez mais os gestores de empresas de todos os portes.

Ela é uma ferramenta extremamente adequada para comunicar a estratégia a todo o instante para a organização, inclusive as maiores, só para citar algumas, Intel e Google, já a adotaram. A gestão por OKR tem por princípio entender que o plano de execução tem que se adaptar constantemente, à medida que é necessário responder às mudanças no ambiente ou na medida em que vamos tendo maior clareza da situação e precisamos ajustar o plano.

Será que alguém consegue pensar num momento da história em que a necessidade de ajuste nos rumos das organizações tenha sido mais constante e mais importante do que o momento atual?

(*) – É especialista “insider” na implementação de OKR em empresas de diversos tamanhos e segmentos, e ministrando palestras e workshops de implementação de OKR.