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Na guerra por talentos, escolha do modelo de trabalho é essencial

em Destaques
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

Hoje, em uma sala de entrevista, o primeiro questionamento feito pelos candidatos é com relação ao modelo de trabalho e boa parte já deixa de participar de processos caso a empresa não ofereça flexibilidade, seja em uma modalidade remota ou híbrida.

Essa é uma percepção dos headhunters da Robert Half, respaldada pelas descobertas da última edição do Índice de Confiança Robert Half (ICRH). Segundo o levantamento, 71% dos recrutadores entrevistados avaliam que os modelos de trabalho flexíveis são determinantes para a atração e retenção de talentos. A 22ª edição do ICRH apresenta mais dados sobre a temática:

• O modelo híbrido será adotado por 57% das empresas entrevistadas. Já 32% optaram pelo modelo 100% presencial e apenas 5% pelo home office integral;

• 69% dos profissionais empregados têm preferência pelo modelo híbrido (35% com quantidade de dias presenciais e remotos predefinidos e 34% com flexibilidade para a decisão). Já 21% preferem o trabalho 100% remoto e 10% o trabalho integralmente presencial;

• Apenas 5% das companhias disseram não contar com uma definição em relação ao modelo de trabalho para 2023. No entanto, mais da metade (51%) dos profissionais revelaram ainda não ter sido comunicados sobre a decisão;

• 78% das empresas farão a distribuição entre dias presenciais e remotos a critério do gestor ou profissional, independentemente da área e cargo, enquanto 12% optarão por uma divisão entre as áreas (finanças trabalha presencialmente, enquanto o departamento de marketing opera remotamente, por exemplo) e 10% farão uma divisão hierárquica (cargos em nível de gestão trabalham remotamente, enquanto cargos em nível operacional vão ao escritório, ou ao contrário, por exemplo);

• 67% das companhias planejam de 2 a 3 idas na semana ao escritório. Entre os profissionais que desejam atuar em um modelo híbrido, 65% consideram que o planejamento ideal também seria de 2 a 3 dias no escritório. Já a liberdade para escolher está na mira de 26% deles;

• Em uma escala de 0 a 5 para compreender a relevância da escolha do modelo na atração e retenção de talentos, 74% dos empregados consideram o ponto determinante. Entre os desempregados, 23% somente aceitariam em último caso uma proposta de emprego que não oferecesse a possibilidade de trabalho, ao menos, parcialmente remota;

• Mesmo em um período ainda relativamente incerto, as taxas de desemprego seguem em queda, especialmente quando olhamos para o mercado de profissionais qualificados, no qual a taxa de desemprego no último período avaliado pelo PNAD foi de apenas 4%;

A situação, por consequência, reserva desafios às empresas que, sem justificativa, optarem pelo retorno 100% presencial das atividades. Fica cada vez mais evidente que a dificuldade de adaptação às transformações do mercado proporcionará obstáculos na contratação de bons talentos, além de dificuldade na retenção de profissionais-chave.
Em contrapartida, é preciso ter em mente que a natureza de alguns segmentos, áreas e profissões exige a presença física do profissional para o sucesso do negócio.

Metodologia – A 22ª edição do ICRH é resultado de uma sondagem conduzida pela Robert Half com base na percepção de 1.161 profissionais, igualmente divididos em três categorias: recrutadores (profissionais responsáveis por recrutamento nas empresas, ou que têm participação no preenchimento das vagas); profissionais qualificados empregados (com 25 anos ou mais e formação superior); e profissionais qualificados desempregados. – Fonte e mais informações: (https://www.roberthalf.com.br/).