No momento em que a sociedade brasileira exige maior participação, o ‘Congresso discute uma reforma política excludente, que fortalece o poder dos partidos e de seus caciques por meio da lista fechada e institucionaliza o abuso do poder econômico com dinheiro público’, afirmou na manhã de sexta-feira (7), a fundadora da Rede, Marina Silva, em palestra no Massachusetts Institute of Technology (MIT).
Marina defendeu a Lava Jato, lamentou o clima de intolerância e de falta de diálogo no Brasil e disse que ainda não decidiu se disputará a presidência em 2018. “Ainda estou no processo de discernimento”, declarou. Na sua avaliação, a atribuição de rótulos a pessoas que têm posições divergentes é um dos fatores que dificultam o debate público no país. “Por que vou debater com um eco-chato?”, exemplificou, usando um dos rótulos aplicados a ela própria. Quando o moderador se referiu a “coxinhas” e “mortadelas”, ela fez outra auto-referência: “Falta incluir os vegetarianos.”
Marina ressaltou que é favor do financiamento público de campanha, mas criticou o fato de que sua distribuição será feita com base em bancadas definidas em eleições anteriores, nas quais o abuso do poder econômico e a prática de caixa 2 eram comuns. Ela também criticou o valor de R$ 2,5 bilhões proposto para o Fundo Partidário, que, em sua opinião “institucionalizaria” o abuso econômico. “Minha proposta é quebrar o monopólio da política, estabelecendo candidaturas independentes” (AE).