A pré-candidata da Rede à Presidência, Marina Silva, disse que o governo deveria ter se antecipado para evitar que a greve dos caminhoneiros tomasse as proporções que atinge hoje, afetando o transporte de produtos, a distribuição de alimentos e combustíveis.
“As autoridades econômicas têm as informações bem antes que nós, conseguem ver as tendências de mercado”, disse Marina durante sabatina realizada pela Folha de S.Paulo, UOL e SBT.
Marina ponderou que nem todos os valores que impactam no preço final dos combustíveis sofrem de fato variação do dólar. “Ninguém aumenta tarifa de luz todo dia em função do dólar. O preço do combustível tem que seguir uma certa lógica”, disse. Marina defendeu o projeto que estabelece um teto para o valor do ICMS sobre esses produtos.
Questionada sobre a possível candidatura do ex-presidente Lula ao Planalto, Marina disse que ninguém pode ser candidato após condenação em segunda instância. “Por mais relevante que a pessoa seja economicamente e socialmente, é preciso se adaptar às leis. Não se pode criar dois pesos e duas medidas em hipótese alguma”, afirmou.
Sobre o PT manter a candidatura do ex-líder, afirmou que a atitude é “meramente política”. Para ela, o partido tem no atual cenário uma oportunidade de fazer uma autocrítica. “É hora de olhar para o grave problema da corrupção e dizer: ‘erramos’. Essa história de dizer que não sabia é uma denúncia. Ou era altamente conivente ou altamente incompetente”, criticou (AE).