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Logística: especialista aponta tendências para o pós-pandemia

em Destaques
quinta-feira, 28 de outubro de 2021

Imagine a forma como você consumia produtos e serviços antes da pandemia. Agora, imagine como você consome os mesmos produtos atualmente. Hoje, o seu consumo está muito voltado a plataformas e ferramentas digitais, certo? Assim como os consumidores, organizações também tiveram de se adaptar às mudanças, sobretudo a área de Logística.

A coordenadora do curso de Logística da Faculdade Anhanguera, Danieli Hernandes, aponta quais tendências devem ser mantidas ou aperfeiçoadas pelas empresas no “novo normal”:

. E-comerce veio para ficar – O comércio eletrônico já vinha mostrando crescimento nos últimos anos, e isso se acelerou em 2020, com a pandemia. Os números comprovam isso: segundo dados da Synapcom, as compras on-line cresceram 672% no Norte, 671% no Nordeste, 611% no Centro-Oeste, 513% no Sudeste (região que concentra 64% do volume de transações) e 372% no Sul do Brasil no primeiro trimestre de 2021, em relação ao ano anterior.

Só nos três primeiros meses deste ano, o brasileiro fez 78,5 milhões de compras online (57,4% a mais em comparação ao mesmo período de 2020), gerando um faturamento de R$ 35,2 bilhões (72,2% a mais do que o ano anterior), segundo pesquisa da Neotrust. E de todo esse montante de compras, 56,3% dos pedidos é feito pelo consumidor por meio do aparelho celular, segundo relatório sobre comércio eletrônico do país elaborado pela Ebit.

Com este cenário, do pequeno ao grande empresário, qualquer empresa deve obrigatoriamente considerar as vendas por comércio eletrônico em seu plano de negócio, com risco de ficar para trás se mantiver apenas as tradicionais vendas físicas.

. Digitalização – Muitas empresas encararam problemas estruturais em suas cadeias de suprimento, causados por gerenciamento manual de estoques, por exemplo. Mas como toda mudança vem para o bem, grande parte delas rapidamente se atualizou e investiu em inteligência artificial e recursos tecnológicos para melhorar o seu “supply chain”. Passada a pandemia, a digitalização é uma tendência que deve se manter na área da logística.

. União de forças – O ditado diz que “a união faz a força”, e é verdade. Grandes varejistas intensificaram parcerias com empresas e fornecedores menores, para aumentar sua rede de atendimento e cobertura de mercados. Uma maior ajuda mútua e integração entre fornecedores e empresa é bom para todos os lados: tanto para as corporações, fomentando os pequenos negócios; quanto para o consumidor, que recebe o produto mais rápido ou com melhor preço.

Essa “união” também é um ponto positivo para descentralizar os centros produtores e distribuidores. Se há um fornecedor ou parceiro no Norte do Brasil, o consumidor que mora nessa região e realiza uma compra que possa ser atendida por um parceiro mais próximo do endereço de entrega (em vez do produto sair no Sul, por exemplo) receberá mais rápido a mercadoria.

. Invista no omnichannel – O Omnichannel é uma tendência do varejo que converge todos os canais de comunicação usados pela empresa no relacionamento com o cliente. Isso quer dizer que não importa se o consumidor faz uma compra ou reclamação em uma loja física, ou pelo site ou telefone. Todas as informações do cliente estão concentradas em uma só base de dados, tudo integrado, acelerando os processos.

. Mekhore o last mile – Na Logística, o termo “last mile” se refere à última etapa da entrega do produto, o trajeto do centro de distribuição até o endereço do comprador. Neste processo pode haver entraves, e investir em tecnologia de rastreio melhorará a experiência tanto para o comprador, como para o vendedor.

É bom para o cliente, que sabe qual caminho o produto está fazendo até chegar às suas mãos, quanto para a empresa, que pode avaliar quais são as melhores rotas de entrega, reduzindo inclusive o preço do frete.

. ESG – O Enviromental, Social and Governance (ESG), ou Meio ambiente, Sociedade e Governança, em português) também devem pautar as atividades de Logística das empresas. As organizações socialmente responsáveis devem pensar em ações que promovam, por exemplo, a economia circular, reduzindo o impacto de suas operações no meio ambiente, além de apoiar e fomentar ações sociais nas comunidades que vivem em seu entorno.