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Já ouviu falar de Jointfulness? Essa técnica pode melhorar sua qualidade de vida

em Destaques
sexta-feira, 13 de agosto de 2021

Quando se fala em saúde e bem-estar, comumente o Yoga é citado como uma das práticas que permite dar a pessoa essas garantias de um suporte para corpo e mente. Considerando que a técnica do Yoga já é algo milenar, é interessante observar que em pleno século XXI ela está mais em evidência do que nunca.

Afinal, a sociedade vive um período difícil, repleto de incertezas, crises de todo o tipo, desde a sanitária, imposta pela pandemia, chegando à econômica. Em um mundo tão globalizado, a qualidade de vida foi impactada consideravelmente pelas condições sociais e de uso do corpo. Por isso, nada melhor do que uma boa técnica para ajudar a lidar com as consequências físicas e emocionais de tudo isso.

Antes de entender o conceito de jointfulness, que é explorado pelo método Kaiut Yoga, é preciso primeiramente entender o que é “mindfulness”, destaca o professor Francisco Kaiut. “É uma prática diz respeito à consciência que emerge ao prestar atenção, propositalmente, no momento presente, sem julgamentos ou pré-disposições. Traz um conjunto de técnicas de meditação na qual o objetivo é atingir um estado de atenção plena no presente, sem se perder nas expectativas para o futuro ou nas memórias do passado”.

Para quem não sabe, “a origem do mindfulness está ligada às tradições e filosofias budistas, datando cerca de 2.500 anos. Entretanto, a verdadeira essência do dele foi mesclada a tradições e ensinamentos contemporâneos, redefinindo seus valores e práticas”. Um dos grandes responsáveis por popularizar o mindfulness no ocidente foi Jon Kabat-Zinn, através do uso de conceitos científicos e técnicas aplicadas no controle de problemas relacionados ao estresse.

Jon foi capaz de utilizar os preceitos primordiais budistas aplicados em um contexto cultural e histórico ocidental. “Atualmente o ser humano tende a ser colocado em um modo de piloto automático, respondendo instintivamente a determinadas situações e estímulos. Uma das ideias centrais desta técnica é que viver sob o comando desse piloto automático nos impede de lidar de maneira objetiva e flexível com situações que estão acontecendo no momento presente, o que pode acarretar uma série de consequências negativas”.

Ao citar um livro de Joe Dispenza, Francisco Kaiut destaca que o autor fala sobre sentimentos e pensamentos recorrentes, explicando como memórias do passado tem um impacto neuroquímico no corpo. “Quando ficamos revivendo memórias de um trauma, por exemplo, nosso cérebro dispara as mesmas sequências de padrões e liberam as mesmas substâncias químicas de quando o trauma aconteceu. Esse comportamento acaba condicionando o cérebro e o corpo a um conjunto de ações não saudáveis, mantendo-o naquele estado constante de reviver o trauma”.

Por outro lado, para compreender a técnica lecionada em seu método, Kaiut lembra do significado da palavra joy e sua nova interpretação. “Ela tem origem na língua inglesa, e é comumente traduzida como alegria ou felicidade. Entretanto, seu significado real transcende essas traduções e remete a algo muito mais complexo. Diferente de uma sensação de alegria causada por fatores externos – como ganhar um presente – joy tem a ver com uma alegria interna, cuja causa não é necessariamente identificada”.

A ideia de joy é muito integrada ao conceito de jointfulness, não só pela similaridade de som na pronúncia entre joy e joint (articulação, em inglês), mas pelo fato da sensação interna de contentamento que ela proporciona, explica o professor.

“Quando fui dar aula de yoga nos Estados Unidos, tive uma grande surpresa ao me deparar com a diferença linguística e cultural existente entre joy e a nossa ideia de alegria. Não existe uma palavra em português que traduza, de fato, o que joy significa. Eu percebi que existiam momentos na minha prática pessoal de yoga que eu naturalmente sentia um fluxo de emoção positiva, que eu só consegui entender e interpretar quando eu me deparei com a ideia de joy.”

Essa é a lógica do jointfulness, sintetiza Francisco Kaiut. “Estimular as articulações para que o cérebro seja capaz de reorganizar-se e criar novas conexões neurais. É muito importante fazer essa reconexão neurológica com os movimentos do corpo, afinal, não é o corpo que muda o cérebro, mas o cérebro que muda o corpo. Por isso, todo o trabalho articular precisa ter como objetivo esse alinhamento neurológico.

Um sistema alinhado vai responder de forma integrada, trazendo benefícios palpáveis como restabelecimento de mobilidade, resgate de funções corporais perdidas, massageamento de órgãos para um melhor funcionamento e, a longo prazo, a conquista da longevidade”.

Para quem está sofrendo os efeitos físicos do envelhecimento, ou vivendo sob um estágio de grande tensão mental, a técnica pode ser uma ótima aliada, ressalta o professor. “Certa vez, um aluno me pediu ajudar sua mãe. Ela era uma mulher idosa super frágil, com um desenho de corpo que deixava claro a falta de vitalidade, disposição e subutilização desse corpo há muitos anos, talvez décadas”, relata.

Ao realizar este trabalho com ela, Francisco percebeu o quanto a sua vida transformou. “Quando as articulações foram estimuladas nesse ambiente de segurança, a reconexão com o cérebro aconteceu e, naturalmente, o mesmo começou a enviar mensagem para os músculos pedindo por suporte para o corpo. Eu fui capaz de contrariar aquele padrão de envelhecimento que era muito forte nela e é muito comum: posição curvada e caída para frente.”

O resultado desse trabalho “foi uma reação muscular positiva, saudável e natural. Sensação de bem-estar e uma melhora significativa no caminhar. Aquela dor da prática? Foi dissipada. Isso é jointfulness. Os estímulos articulares seguros e constantes devolvendo mobilidade”.

Diante dessa conquista, e de tantas outras como a citada acima, Kaiut salienta que “precisamos aprender como usar o corpo não apesar da dor, mas por causa da dor, de forma construtiva. Quando isso acontece, especialmente a partir de estímulos articulares seguros, é como uma lâmpada acendendo no cérebro do aluno”.

E uma dica para quem deseja seguir o caminho: “Quando as pessoas buscam um estado de meditação espontânea apenas através da meditação e respiração, por exemplo, acabam não atingindo esse estado – apenas se forçam a pensar que sim. Mas o fluxo de pensamentos discursivos continua lá. Por isso acredito tanto em jointfulness.

O estímulo articular seguro é uma porta de entrada muito efetiva para o sistema nervoso, funciona como uma âncora sólida para o estado meditativo. O acesso ao cérebro vem do corpo, o que torna todo o processo de meditação muito mais integrado”, completa o professor (Fonte: MF Press Global).