O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) reviu de 2,7% para 2% a previsão de crescimento do PIB em 2019.
Os primeiros indicadores do ano mostram que a recuperação da atividade econômica permanece lenta. As projeções para inflação foram reduzidas de 4,10% para 3,85%. A necessidade de redução de deficit fiscal primário faz com que o estímulo da economia tenha que vir, necessariamente, do setor privado.
“Tendo como base um cenário em que a reforma da Previdência é aprovada com impacto fiscal relevante em meados de 2019, projetamos a aceleração do crescimento trimestral ao longo do ano, condição necessária para atingir o crescimento anual esperado de 2%”, afirma a Carta de Conjuntura. O crescimento do PIB será liderado pelo bom desempenho da absorção doméstica, na avaliação dos pesquisadores. Embora não seja esperada uma melhora significativa dos indicadores de mercado de trabalho este ano, o consumo das famílias deverá crescer 2,6% no período.
A previsão para o PIB agrícola permanece a mesma, em 0,4%, considerando as perspectivas de safra do ano. O PIB industrial, estimado em 1,8%, reflete a lenta retomada dos índices mensais de atividade industrial. Para o PIB de serviços, a previsão é de crescimento de 2,2%. Em relação às exportações, o Ipea estima um crescimento de 4% no ano.
Para 2020, a expectativa de crescimento do PIB, ainda condicionada à aprovação da reforma da Previdência, é de 3%. As projeções indicam ainda um aumento de 7,8% nos investimentos, graças ao amadurecimento do programa de concessões para infraestrutura. O avanço das medidas de liberalização e produtividade deve ter impacto positivo na economia, alavancando o consumo e a renda das famílias (Ascom/Ipea).