Fabio Seixas (*)
A inteligência artificial (IA) é uma das tecnologias mais impactantes do século XXI, já que transformou a maneira como vivemos, trabalhamos e interagimos com o mundo ao nosso redor.
Seus avanços têm sido notáveis e, embora traga inúmeras vantagens e benefícios para a sociedade, também levanta questões importantes sobre o futuro do mercado de trabalho e a obrigatoriedade de adaptação dos profissionais.
A IA está revolucionando diferentes segmentos, trazendo inovações e melhorias significativas. No setor de saúde, por exemplo, está proporcionando diagnósticos mais precisos e tratamentos personalizados. Algoritmos de aprendizado para máquinas são capazes de analisar imagens médicas com uma precisão insuperável, detectando doenças em estágios iniciais e aumentando as chances de cura.
Assistentes virtuais também podem otimizar o fluxo de atendimento e permitem que os profissionais de saúde se concentrem em casos mais complexos. No campo financeiro, robôs de negociação baseados em IA estão revolucionando a gestão de investimentos, otimizando a alocação de ativos e a detecção de fraudes.
A automação do atendimento ao cliente nos bancos está tornando o serviço mais ágil e eficiente. No varejo, a IA tem transformado a experiência do cliente. Desde recomendações de produtos até o aprimoramento de estoque, os assistentes de compra virtuais estão ajudando as empresas a entenderem melhor o comportamento dos consumidores.
Esses avanços têm o potencial de trazer inúmeros benefícios, mas também levantam preocupações sobre a possível extinção de empregos. À medida que a IA e a automação se tornam mais difundidas, certas funções estão sendo substituídas, o que pode levar a desafios significativos para os profissionais afetados.
É fundamental que tanto os especialistas quanto as empresas se adaptem a essa transformação. Os profissionais devem estar dispostos a adquirir novas habilidades e conhecimentos, buscando oportunidades de aprendizado e se aprimorando em áreas emergentes. Cursos online, certificações e programas de requalificação podem ser essenciais para ajudá-los a se manterem atualizados e competitivos em um mercado de trabalho em constante evolução.
Já as empresas podem auxiliar na requalificação de seus funcionários diante da automação. Elas devem oferecer programas de desenvolvimento de habilidades, e promover uma cultura de aprendizado em que os membros se incentivem a aprimorar suas competências. A requalificação da força de trabalho não apenas beneficia os próprios trabalhadores, mas também as corporações, que podem contar com profissionais preparados para enfrentar os desafios da era da IA.
Apesar da substituição de certas funções, também devemos pensar no recurso como uma fonte de vantagens aos especialistas. A automação de tarefas repetitivas e rotineiras pode aumentar a eficiência e a produtividade, liberando tempo para que os profissionais se dediquem a tarefas mais estratégicas.
A própria evolução da tecnologia também cria novas oportunidades de emprego como desenvolvimento de algoritmos, análise de dados e implementação de soluções, valorizando habilidades como a capacidade de analisar problemas complexos, encontrar soluções criativas e pensar de forma crítica. A transição para uma economia baseada em IA e automação pode trazer consigo desafios e oportunidades, mas isso não deixa de torná-la inevitável.
O processo pode ser psicologicamente cansativo e exige um apoio adequado por parte das empresas e das autoridades governamentais, que devem buscar soluções para garantir a transição dos trabalhadores afetados e promover uma migração que seja, acima de tudo, uma oportunidade de evolução individual.
(*) – É CEO e fundador da Softo (https://sof.to/pt-BR).