O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, disse ontem (18) que os impactos da greve dos caminhoneiros na economia são “transitórios”.
“É inegável que ela terá um efeito no curto prazo, tanto no que diz respeito ao nível de preço, quanto no que diz respeito ao impacto na economia como crescimento – setores foram afetados, a economia parou de funcionar, teve escassez de produtos, isso refletiu em preços mais elevados nos supermercados”, enumerou o ministro, ao participar de um almoço organizado pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide).
Apesar dos efeitos relevantes causados pela greve, o ministro acredita que eles serão contornados ao longo do tempo. “Tanto quanto quando a gente olha do lado da inflação, quanto quando a gente olha do lado do crescimento, esses efeitos são transitórios. Nós não entendemos como um choque permanente em preços ou na capacidade de crescimento da economia brasileira”, enfatizou. Guardia não quis comentar, no entanto, a possibilidade de rever a projeção de crescimento do PIB para este ano.
Ele destacou que a estimativa oficial do governo será atualizada em meados de julho. Em maio, o governo federal reduziu a expectativa de expansão do PIB em 2018 de 2,97% para 2,5%. Sobre os fatores que prejudicam o crescimento da economia, Guardia destacou ainda o cenário externo, em que Estados Unidos e China têm cogitado a possibilidade de adotar medidas protecionistas em relação a alguns produtos.
“Isso tem um impacto sobre o comércio mundial. Evidentemente que não contribui para o livre comércio e para o crescimento economia internacional”, ressaltou. A transição de governo após as eleições deste ano são outro fator apontado pelo ministro com capacidade de afetar as projeções de crescimento, uma vez que causa insegurança nos investidores. O ministro disse esperar que a agenda de reformas seja mantida no próximo governo (ABr).