O ano de 2022 caminha para reta final. Um ano em que alguns desafios nos foram impostos, como o retorno ao presencial, doses de reforço da vacina, controle pandêmico, conflito entre Ucrânia x Rússia, eleições no Brasil e ainda teremos a Copa do Mundo, numa data totalmente diferente ao qual o comércio está acostumado.
As empresas já começam a vislumbrar 2023, investimentos, crescimentos e ações. O planejamento de grande parte das organizações já está esboçado. Para o professor associado da Fundação Dom Cabral, Bruno Portela, a empresa que em meados de outubro não estiver com seu planejamento para o próximo ano feito, preocupa-se o futuro dela.
“Não acredito que o foco hoje seja de planejamento a longo prazo, até mesmo porque o mundo está mudando muito rápido, os mercados precisam se adaptar. Mas para 2023 o planejamento não pode ser adiado”, reforça.
Clodoaldo Oliveira, diretor geral da JValério Gestão e Desenvolvimento acredita que o período que vivenciamos da pandemia gerou impactos, consequências e lastros. “O impacto real ainda vai demorar para que possamos entender sua abrangência”, pontua. O que aprendemos, segundo ele, foi entender que tudo tem uma perspectiva que torna mais difícil um planejamento a longo prazo.
“Diferentes setores, diferentes mercados, diferentes cenários foram afetados de formas distintas, por isso, é necessário – mais do que nunca – velocidade para se adaptar a situações não previstas”, completa. Se olharmos para 2023 é muito difícil pensar em tendências de mercado.
“Se olharmos para o contexto brasileiros, precisamos nos focar na gestão através dos dados, ou seja, cada vez mais as empresas precisarão pensar em canais múltiplos e oferecerem experiências compatíveis, pois é dessa forma que o consumidor passou a enxergar”, explica Portela. Humanização é uma das palavras para estar presente no planejamento de 2023.
“O consumidor está cada vez mais informado, e a cada dia mais empoderado para tomar decisões. O cliente hoje enxerga a marca como se fosse pessoa. E não comente nesse aspecto da comunicação, isso também veste na prestação de serviço, no atendimento, aos relacionamentos e principalmente no pós-vendas que é onde as organizações deixam a desejar”, salienta.
O modo de agir corporativo deixa de centralizar estratégias na consolidação dos lucros e foca na conquista de novas fatias de mercado. “As empresas precisam levar em conta também que, em 2030, ou seja, daqui há 8 anos, 75% dos colaboradores serão da geração Millenials e Geração Z, e para isso, as organizações precisarão se adaptar e se preparar para o mercado”, avalia Clodoaldo.
Para se ter conhecimento, 85% da geração Millenials e Geração Z compram apenas o que acreditam; 67% recomendam empresas socialmente responsáveis; 89% troca de marca caso se não concordarem com os valores da empresa e 75% boicotam empresas com base na falta de valores.
“Com 75% de cancelamento, nenhuma empresa sobrevive no mercado. Com certeza, as organizações precisarão se preparar, pois a geração que estará no comando em 2030 veio para modificar o nosso mundo”, enfatiza.
Já Portela acredita que a geração do futuro não é mais a geração Z. “Já tem três gerações a frente da geração Z : os mileniuns e uma geração que carinhosamente eu chamo de geração W. Que é a geração whatever. Que é aquela que demonstra muito pouco sentimento em relação as coisas, inclusive dentro da sua própria casa. ou seja, o comportamento de acordo com determinadas circunstâncias. Acredito que essa é uma tônica do marketing contemporâneo”, afirma.
Clodoaldo explica que novos temas vêm chegando no mundo corporativo “A sociedade não tolera mais conviver com situações de injustiças. Capitalismo consciente, competitividade sustentável, são conceitos que hoje pautam o mundo empresarial”, ressalta.
Mas quando falamos em insights para as organizações pensando em 2023, o foco é único: conhecimento. “Acredito que passada, ou ao mesmo controlada a pandemia e seus efeitos, é hora de buscar treinamentos, trabalhar formações, mentoria monitoriais e consultorias”, complementa Portela.
Para que as empresas consigam de fato melhorar suas performances, alerta Portela, é necessário ir se adaptando aos novos tempos, buscando qualificações e mais motivação para os seus times. “2023 ainda será um ano de correr atrás do tempo perdido”, finaliza. Fonte e mais informações: (https://www.fdc.org.br/).