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Governo ‘terá de explicar’ deficit e líderes criticam mudança na meta

em Destaques
terça-feira, 15 de agosto de 2017

Um possível aumento do déficit da meta fiscal do governo federal só terá acolhida no Congresso “se for inevitável”, afirmou ontem (15) o presidente do Senado, Eunício Oliveira, após reunião com as lideranças partidárias.

Para ele, cabe ao Poder Executivo e sua equipe econômica explicarem ao Legislativo e à população brasileira a real necessidade de aumento do déficit primário deste ano, que está previsto em R$ 139 bilhões.
Eunício disse que participou de várias reuniões com o presidente Temer, e ministros da equipe econômica sobre o tema. Informou que deixou claro ao presidente e seus ministros que não concorda com criação de novos impostos nem aumento da taxação de pessoas físicas. O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, apresentou várias planilhas para explicar as dificuldades econômicas do governo e para justificar a necessidade de aumento do déficit deste ano, segundo o presidente do Senado. “Se for inevitável, teremos de fazer a menor possível”, afirmou Eunício.
Os senadores Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Lindbergh Farias (PT-RJ), que também participaram da reunião de líderes, criticaram uma possível mudança na meta fiscal. Para Lindbergh, o atual governo está desmoralizando todos os argumentos usados contra a presidente Dilma Rousseff durante o processo de impeachment. Ela foi bastante criticada por alterar a meta fiscal. Entretanto, o senador disse que a oposição aceita discutir o assunto, mas não pretende “dar um cheque em branco para Temer”.
Já Caiado aproveitou para criticar a pauta de votações do Senado. Para ele, os senadores deveriam dar mais atenção para os anseios da sociedade e discutir e votar temas como segurança pública e reforma política. “Estamos totalmente alienados daquilo que é a pauta do momento e que todo o Brasil está discutindo. Precisamos de uma pauta compatível com o momento. O Senado não é uma Casa só para sabatinar autoridades, é muito maior que isso. Estamos totalmente divorciados da realidade, daquilo que passa o país”, disse Caiado (Ag.Senado).