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Governo americano impõe novas restrições na imigração para o país

em Destaques
segunda-feira, 03 de fevereiro de 2020

Desde o início do mandato do presidente Donald Trump nos Estados Unidos, a política de imigração para o país tem sido cada vez mais restrita. Os motivos para cruzar a fronteira são muitos, entre a vontade de ter uma vida melhor, mais oportunidades de trabalho ou até mesmo para ter um filho americano. No entanto, muitas pessoas optam por fazer isso de forma ilegal, acabando com qualquer possibilidade.

Daniel Toledo (*), advogado da Toledo e Advogados Associados, especializado em direito internacional, consultor de negócios internacionais e palestrante, ressalta a importância de seguir as regras e fazer o processo de visto para entrar nos EUA. “Cada país tem suas próprias regularizações a respeito de imigração e sempre foi muito claro o cuidado que os americanos tem com essa questão, que está ainda mais evidente nos últimos anos”, destaca.

Dados recentes indicam que, apenas em 2019, cerca 17 mil brasileiros foram presos tentando entrar ilegalmente pela fronteira entre México e Estados Unidos. Muitos deles serão deportados ainda no início deste ano, seguindo a determinação do presidente americano. “Ao falar de ilegalidade não tratamos apenas daqueles que cruzam a fronteira, mas também de pessoas que permanecem em território americano após o vencimento do prazo do visto, especialmente o de turismo, que dura aproximadamente seis meses”, explica o advogado.

O visto de turismo vem sendo utilizado de maneira imprópria por pessoas de todo o mundo. No Brasil, muitos casais e gestantes optam por esta modalidade com o objetivo de ter um bebê nos EUA. Toledo reforça que existem muitos mitos envolvidos no assunto, que são geralmente disseminados por agências que intermediam esses serviços.

“É algo extremamente delicado porque muitas famílias acreditam que, tendo um filho no país, recebem o visto permanente, o que não acontece. A criança seria americana, mas os pais não alteram o visto ou status em razão desse fato”, explica. O chamado “turismo da maternidade” também já tem data para acabar. Recentemente, o governo americano orientou funcionários de consulados a negar vistos de mulheres que podem estar planejando a viagem com intuito de obter cidadania para o filho.

“O serviço prestado por essas agências é sim criminoso quando induz a imigração ilegal, além de muitas vezes eles induzirem a gestante a mentir em entrevistas do visto, vendem serviços médicos e jurídicos, o que é ilegal em qualquer lugar do mundo”, alerta Toledo

Marco Vínicos da Silva Ramos e Mayara Ramos estão juntos há 12 anos. O casal de empresários possui dois restaurantes especializados em marmitas e emprega mais de 30 colaboradores. No começo de 2020, tinham como meta realizar o sonho da filha de sete anos de conhecer a Disney. A viagem estava programada para fevereiro, mas infelizmente tiveram que adiar os planos.

“Contratamos uma assessoria para preencher o formulário DS-160 e assim eliminar qualquer tipo de erro. Levamos todos os documentos que comprovam as nossas rendas e vínculos com o Brasil. Mas a negativa foi porque ela está grávida. O oficial perguntou várias vezes se iríamos ter o bebe nos Estados Unidos e respondemos juntos que não. Ele queria saber a data da volta, se o médico dela havia emitido algum atestado para que ela pudesse viajar.

Depois de repetir o questionamento várias vezes, o oficial do consulado começou a digitar todas as informações no computador, saiu e voltou da cabine para consultar uma outra pessoa. Colheu as nossas digitais, e depois nos informou que o visto havia sido negado. Foi uma choradeira total, e super traumatizante, porque não tinha motivo para a negativa”.

Em contrapartida, muitas pessoas procuram fazer o processo da maneira correta, visando uma entrada legal e amigável no país. Algo que tem funcionado muito bem: segundo dados de 2018 do Department of Homeland Security, mais de 760 mil pessoas foram naturalizadas americanas naquele ano. Segundo o especialista, o movimento é de escalada, uma vez que o número é aproximadamente 8% maior do que o ano anterior. “Ainda que seja um procedimento burocrático e complicado, é bastante recompensador”, finaliza

Fonte e mais informações: (www.toledoeassociados.com.br).