O governo acredita que pode ter até 48 votos a favor da reforma trabalhista no plenário do Senado.
Esse é o cenário otimista do monitoramento feito por governistas e que serve de termômetro para decidir o momento de levar o texto à votação. No cenário pessimista, o governo reconhece que cinco desses senadores “geram dúvida” e poderiam mudar o voto para “não”. Nesse caso, o governo teria o apoio de 43 senadores – só dois a mais que os 41 necessários para aprovar o projeto.
O levantamento de votos para a reforma trabalhista mostra um cenário apertado para o Palácio do Planalto e acendeu a luz amarela para o governo Michel Temer. O medo é a repetição da inesperada derrota do projeto vista na Comissão de Assuntos Sociais do Senado, onde o governo previa vitória, mas acabou sendo derrotado por um voto. Para o Planalto, perder no plenário seria um péssimo sinal, já que a reforma trabalhista é encarada como “a mais fácil das reformas” por exigir a maioria simples do Congresso. Na reforma da Previdência, é preciso três quintos dos votos.
Esse é o pano de fundo para que líderes de partidos já falem abertamente em novo adiamento da votação no plenário em uma semana, que agora deve acontecer só na segunda semana de julho. Para o governo, o tempo extra servirá para conter insatisfeitos com o projeto. Nesse grupo de descontentes, estão os senadores que reconhecem a importância da reforma trabalhista, mas têm críticas a pontos do projeto. No grupo, há nomes como Lasier Martins (PSD-RS), Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Magno Malta (PR-ES)
A iniciativa para conter insatisfeitos está a cargo do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). O parlamentar tem carta branca de Michel Temer para costurar um acordo para ajustar pontos da reforma trabalhista. Jucá se compromete a mudar oito pontos da reforma, como a criação de quarentena para a migração de um trabalhador para o contrato intermitente e o cancelamento do artigo que permite que grávidas e lactantes trabalhem em locais insalubres (AE).