Wilton Rondon Ribeiro Junior (*)
Aquela velha forma de olhar a Tecnologia da Informação como uma fonte de gastos para as empresas ficou, definitivamente, no passado. A gestão de TI é cada vez mais estratégica e relevante para disponibilidade, agilidade, segurança e inteligência dos negócios.
Segundo projeções do Gartner, os dispêndios mundiais com TI crescerão 5,1% em 2023. No topo da lista das prioridades dos CIOs, algo que não surpreende: 74% planejam investir em cibersegurança. A falta de surpresa está no crescimento exponencial dos ataques cibernéticos e na progressiva conscientização de que um negócio não sobrevive sem proteger seus dados.
Outra forte tendência é o fortalecimento de cloud computing: 56% dos CIOs planejam investir mais em tecnologia de nuvem e em soluções multinuvem. Boa parte do investimento virá do que seria direcionado a infraestrutura física, já que a ideia é sair o mais rápido quanto possível no on-premise.
É fácil entender por que este é um caminho sem volta. Na sala do servidor, há vários riscos físicos – monitoramento, ar-condicionado, aquecimento do ambiente – que podem afetar as máquinas. As limitações do hardware tiram oportunidades de negócios. Eu comparo essa transição do servidor para a nuvem como a do carro de combustão para o elétrico. É basicamente tecnologia, mas a diferença é impressionante. Podemos obter mais espaço na nuvem em poucas horas, o que não acontece com o servidor físico. Também é possível manter um ambiente com monitoramento de saúde online. Arrisco dizer que a transição completa para a cloud demora mais cinco anos. É como o smartphone: você não tem outra opção a não ser usá-lo.
Tomadas de decisões mais ágeis
Processos mais enxutos ganham espaço na TI, por agregarem agilidade à resolução de problemas e ao gerenciamento de crise. Vivemos em uma era de informação instantânea, em que o usuário é sempre o primeiro a perceber quando uma rede cai – e o ideal é que um processo de automação encurte esse tempo entre percepção e ação, de forma a melhorar a experiência de quem manipula os sistemas.
Na área da Saúde, por exemplo, essa agilidade é fundamental, simplesmente porque um hospital não pode parar. São vidas que estão em jogo. Ao mesmo tempo, uma resposta imediata não pode significar um serviço menos profissional: o lema não é somente agir mais rápido, mas agir mais rápido e de maneira altamente eficiente.
E para reduzir o tempo de resposta, o dado precisa fluir. O Gartner conta que 52% dos CIOs vão investir em tecnologias de integração. Essa sinergia resulta em uma otimização de tempo, energia e segurança.
TI em tempos de crise
O cenário de instabilidade financeira global também deve ser considerado na análise de tendência pois, naturalmente, afeta o poder de compra de muitas companhias. Cabe a nós, integradores, sermos capazes de demonstrar como a TI ajuda os clientes a expandirem seus negócios, proporcionando mais do que apenas economia de gastos. Afinal, quanto custa o tempo de inatividade? Coloque na balança e você verá que a empresa estará sempre em uma conta inteligente que não se destina simplesmente à economia financeira, mas ao todo.
A profissionalização do setor de TI de todas as empresas é vital. A tecnologia da informação não é o core de muitos negócios. Nos hospitais, por exemplo, o core é o paciente. Mas a tecnologia é meio. O profissionalismo da TI proporciona essa condição de ofertar o suporte, diminuir o tempo de resposta e dar as informações exatas para a tomada de decisão. Que, no fim do dia, é o que realmente importa.
(*) é CEO da Flowti.