O médico Renato Meneguelo, integrante do grupo detentor da patente da substância fosfoetanolamina, usada no tratamento do câncer, disse que o produto está sendo falsificado depois que sua distribuição foi suspensa pela justiça.
“Tem gente vendendo a fosfoetanolamina, mas este produto não é vendido, é gratuito”, disse, em audiência pública da Comissão de Seguridade Social da Câmara.
Meneguelo fez parte da equipe do químico Gilberto Orivaldo Chierice, professor e pesquisador da USP de São Carlos. A substância foi desenvolvida no início dos anos 90 por Chierice, hoje aposentado, no laboratório do Grupo de Química Analítica e Tecnologia de Polímero do Instituto de Química da USP. Meneguelo apresentou aos deputados exames que comprovam, segundo ele, a eficácia do produto sobre diversos tipos de tumores, que regrediram depois que a droga foi ministrada.
“Eu tenho trabalhos científicos publicados desde 2007 e sou tratado como um maluco com um monte de canceroso atrás”, disse, se referindo ao descrédito acadêmico sobre os resultados dos trabalhos e às dificuldades para que o produto seja submetido a análises clínicas para liberação pela Anvisa. “Mesmo que o produto não cure o câncer, se ele reduzir a dor em 30% já vale a pena, porque nenhum remédio faz isso”, disse. “Por que não liberar a fosfoetanolamina? Cigarro tem 4 mil produtos químicos nocivos à saúde e é liberado”, disse (Ag. Câmara).