“O cinema tem que buscar o público, não pode ser uma coisa só autoral para os amigos que gostam muito do cineasta gostarem do filme”, disse. Para ele, os filmes que têm recebido recursos públicos não têm apresentado resultados à altura dos investimentos.
“No ano passado, foram 151 filmes totalmente financiados pelo fundo do audiovisual. A média de R$ 4,5 milhões por filme. E o público é menos de mil pessoas por filme. Metade dos filmes não teve mil espectadores”, acrescentou. Devido a essa situação, Terra considera uma revisão dos mecanismos de financiamento para o cinema, como exigir que parte do dinheiro tenha que ser devolvida com arrecadação em bilheteria.
“Nós temos que rever a forma de fazer o financiamento. Transformar em um financiamento que tem que ser devolvido. Criar uma forma de buscar o público, se não ficam filmes que ninguém assiste. É um gasto enorme com filmes que ninguém vai ver”, propôs, ao participar de evento do grupo Voto, na capital paulista. A reserva de um espaço mínimo em salas de cinema para filmes nacionais também foi alvo de críticas do ministro.
“Aí é obrigado a ter cota para filme nacional no cinema, também não pode durar muito. É uma lei que até ano que vem tem cota. Depois tem que rever isso”, disse ao relacionar a reserva de salas a distância entre as produções e o público. Também defendeu que o governo opine sobre as temáticas que serão incentivadas na produção audiovisual. “Se é um recurso público, é uma exibição em rede pública, o governo pelo menos quer opinar sobre os temas”. Negou, no entanto, que o governo tenha a intenção de estabelecer qualquer tipo de censura (ABr).