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Especialista dá orientações financeiras para tirar sua empresa do vermelho

em Destaques
terça-feira, 09 de novembro de 2021

De acordo com um estudo elaborado pela consultoria britânica Oxford Economics, empresas de países emergentes, como o Brasil, tiveram aumento nas dívidas entre 10% e 20% durante a pandemia. E tirar a empresa do vermelho é um desafio para boa parte dos empreendedores.

CEO da Sapri Consultoria, Cláudio Lasso (*), que atua no mercado de consultoria e auditoria Contábil e Tributária há 15 anos, orienta que o primeiro passo para recuperar a saúde financeira do seu negócio é dimensionar o saldo negativo do seu negócio, antes de tomar qualquer atitude.

“Além da conta bancária, é preciso analisar as movimentações do caixa, previsões de recebimentos futuros e o orçamento da empresa. Só assim o empreendedor terá um cenário real do seu negócio e poderá elaborar um plano de ação eficiente”, aborda.

O contador explica que antes de buscar um empréstimo, é necessário realizar essa análise inicial e classificar quais as medidas devem ser tomadas em caráter de urgência para evitar que o problema financeiro se torne ainda maior. Por isso, ele elencou algumas dicas:

  1. Controle o fluxo de caixa – Já tratamos sobre a importância do controle do fluxo de caixa aqui. A administração do fluxo de caixa permite que o empreendedor avalie seus recebimentos e pagamentos e planeje o futuro do seu negócio. Com o controle do fluxo de caixa, o empreendedor tem condições de saber quando a empresa fica no vermelho, quando o seu saldo reduz ou aumenta.

Com essas informações, ele pode, por exemplo, negociar prazos com credores e até estabelecer datas para saldar suas dívidas em parcelas. A partir desse controle, o empreendedor pode avaliar o melhor momento para agir e evitar que as dívidas se tornem ainda maiores.

  1. Preserve o capital de giro – Se mesmo com dívidas a sua empresa ainda conta com um capital de giro, é fundamental rever a sua administração e preservar esse recurso. O capital de giro, como já explicamos aqui, possibilita que a empresa pague suas contas em um curto prazo, além de equilibrar as contas do ativo e do passivo do seu negócio.
  2. Separe as contas pessoais das finanças da empresa – Como já tratamos aqui, não separar as contas pessoais dos sócios do financeiro da empresa é um problema muito frequente, especialmente na realidade das micro e pequenas empresas. Quando não existe essa separação, o empreendedor não consegue redimensionar as contas da empresa, pois não possui uma real noção das retiradas mensais.

Muitos empreendedores para resolverem a questão, sem diminuir a retirada da empresa acabam aumentando os valores e as margens dos produtos e serviços. No entanto, como isso é feito sem o incremento da qualidade, em geral, o que os empresários experimentam é uma queda ainda maior nas vendas, prejudicando ainda mais o negócio.

É fundamental separar as contas da empresa das contas pessoais dos sócios. Estes, por sua vez, devem pagar suas despesas de acordo com um pró labore definido que será pago de acordo com a frequência que todos os sócios envolvidos determinarem. O caixa da empresa precisa refletir as movimentações necessárias à sustentabilidade do negócio. Caso contrário, é a estrutura da empresa que acaba sendo comprometida pela falta de visão dos sócios.

  1. Analise as movimentações da sua empresa – Relacionar as movimentações do seu caixa com o fluxo das vendas é fundamental para saber quais medidas devem ser tomadas. Todas as vezes que a entrada diminui, é preciso avaliar o motivo.
    Alguns fatores como a entrada de um novo concorrente no mercado, queda dos preços e até a qualidade dos seus produtos e serviços deve ser avaliada.

Ao checar esses fatores o empreendedor pode estabelecer medidas visando aumentar as vendas e consequentemente o faturamento. Se as quedas nas vendas ocorreram em razão da entrada de um concorrente, por exemplo, que tal investir em marketing ou ações promocionais? Esse tipo de ação visando melhorar os resultados é o que acaba cobrindo o saldo negativo da empresa.

O esforço do empreendedor deve estar focado justamente neste ponto. Uma boa gestão financeira impacta diretamente no sucesso de uma empresa. Por isso ter constância na análise das movimentações é de extrema importância.

  1. Negocie suas dívidas – Em um momento de dificuldade financeira, todo empreendedor deve evitar que o nome da sua empresa seja inscrito nos órgãos de proteção ao crédito. Isso pode comprometer a confiabilidade do seu negócio e bloquear oportunidades futuras.

Diante de dívidas, o melhor a fazer é manter uma postura proativa, entrando em contato com os credores e estabelecendo prazos e condições para o pagamento dos valores em aberto.Através dos prazos, o empreendedor consegue um fôlego maior para levantar seu negócio e melhorar o faturamento.

Por isso, não deixe de entrar em contato com os credores para negociar as suas dívidas, mesmo que isso não seja algo simples de se fazer.

(*) – Formado em Ciências Contábeis e pós em Gestão Tributária pela FECAP, é CEO da Sapri Consultoria (www.sapriconsultoria.com.br).