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Erros comuns que sabotam lançamentos de produtos digitais

em Destaques
quinta-feira, 08 de maio de 2025

Mesmo com o aumento de lançamento de produtos digitais, a maioria deles ainda falha; especialista da BossaBox revela os 6 erros mais comuns para evitar que isso aconteça

De acordo com Clayton Christensen, professor da Harvard Business School, quase 30 mil novos produtos são lançados anualmente, mas 95% falham, uma estatística alarmante que atinge empresas de todos os tamanhos. Enquanto grandes corporações conseguem absorver os prejuízos de projetos mal sucedidos, startups e pequenas empresas, que muitas vezes apostam tudo em um único produto, não têm essa margem de erro. Para esses negócios, o fracasso de um lançamento pode significar o fim da operação, o que ajuda a explicar por que 92% delas encerram suas atividades nos três primeiros anos.

“O que derruba um lançamento hoje não é a ideia errada, é o processo errado. A gente vê muito produto com potencial ficando pelo caminho porque o time trava em alinhamento, perde timing ou não consegue transformar hipótese em entrega com tração. E isso acontece tanto em startups quanto em empresas já consolidadas”, levanta João Zanocelo, cofundador e VP de Produto e Marketing da BossaBox, consultoria referência no modelo de squads-as-a-service no Brasil.

Pensando nisso, o especialista apresenta os 6 principais erros que geralmente ocorrem no lançamento de um produto digital para preparar melhor a organização e melhoria dos processos, e visando garantir o sucesso.

  1. Ignorar pesquisas e testes com usuários
    Ainda é comum que roadmaps sejam definidos com base na intuição da liderança ou em demandas do time comercial, sem qualquer contato direto com o usuário final. Esse processo, desconectado da realidade do mercado, frequentemente resulta em funcionalidades que ninguém utiliza ou em produtos com um posicionamento completamente desalinhado com o verdadeiro contexto de adoção. Em muitos casos, não houve qualquer processo de discovery real para embasar as decisões.
  2. Não entender a persona com profundidade
    Definir o público-alvo apenas com dados demográficos é um erro. É preciso compreender os interesses, dores e comportamentos dos usuários para ajustar o posicionamento e aumentar as chances de conversão.
  3. Desorganizar os processos internos e negligenciar metodologias ágeis
    O uso de sprints e cerimônias ágeis precisa ser levado a sério. Sem alinhamento entre times e etapas bem planejadas, o lançamento pode ser comprometido por atrasos e retrabalhos.
  4. Falta de métricas para tomada de decisão
    Lançar sem indicadores como CAC (Custo de Aquisição de Clientes), LTV (Lifetime Value), taxa de conversão e share de mercado dificulta ajustes rápidos e decisões estratégicas. Sem métrica de negócio atrelada à entrega, o produto pode até sair bonito mas não gera tração, nem argumento para defender budget ou priorização.
  5. Não acompanhar o desempenho durante o lançamento
    É comum que o produto seja colocado no ar e, a partir daí, não receba mais atenção. O acompanhamento contínuo permite corrigir rotas rapidamente e evitar perdas de oportunidade ou problemas de imagem.
  6. Medo excessivo de falhar e perda de timing
    O receio de errar pode adiar lançamentos indefinidamente. Enquanto isso, concorrentes ganham vantagem. Testar, errar rápido e aprender com os erros é parte essencial da inovação.

“Hoje, mais do que nunca, as boas ideias precisam sair do papel rapidamente. Em um mercado dinâmico, quem coloca soluções em prática primeiro tem mais chances de se destacar e conquistar público. Especialmente para empresas em fase inicial, lançar é uma oportunidade valiosa de aprender, ajustar e evoluir”, finaliza João.