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Corrupção não é exclusiva de governos ou partidos

em Destaques
quarta-feira, 22 de junho de 2016

O coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, o procurador da República Deltan Dallagnol, disse ontem (22) na Câmara dos Deputados, que a corrupção no Brasil é “histórica, endêmica, sistemática e se arrasta ao longo das últimas décadas”.

O procurador participou de debate na Casa sobre o projeto que reúne as 10 medidas contra a corrupção sugeridas pelo Ministério Público. Ele destacou que o crime de corrupção não é exclusividade de um determinado partido ou governo e atribuiu à impunidade um dos principais fatores de estímulo a este tipo de prática.
“No Brasil a punição da corrupção é uma piada de mau gosto. A punição começa com dois anos e a pessoa acaba prestando serviços à sociedade e vai doar cestas básicas. Estamos expostos a nossos inimigos”, disse, ao citar estudo da FGV ao apontar que a probabilidade de punição em casos de corrupção é de 3%. “Minha vida é uma vida de sofrimento com a corrupção e de insucesso na luta contra a corrupção”, lamentou, ao citar casos em que atuou, como o de desvio de bilhões de dólares no caso Banestado, em que várias penas deixaram de ser aplicadas contra autoridades por terem prescrevido ou ainda aguardarem decisão da Justiça.
Segundo Dallagnol, sua experiência em situações como esta, em que os resultados não se concretizam com a prisão de responsáveis por irregularidades, não é “única, mas é regra. “Tenho centenas de colegas por todo o país que vivem e experimentam a impunidade das pessoas influentes” (ABr).