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Como será o líder do futuro nas corporações?

em Destaques
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

Carlos Eduardo Altona (*)

O papel da liderança dentro das empresas é largamente discutido há muitas décadas. Com a transformação das relações humanas e de trabalho, o perfil da liderança também mudou sensivelmente. Há 10 anos, no Brasil, o líder mais valorizado era majoritariamente aquele que visava o retorno ao acionista, que era focado em resultados. Várias empresas se tornaram referências de sucesso em gestão seguindo essa premissa.

O tempo parece que avança na velocidade da luz e a tendência de hoje vira passado em um piscar de olhos! Entendo que o líder do futuro tem que reunir na sua caixa tudo aquilo que aprendeu na sua jornada mas, além disso, três novas importantes ferramentas: ter um bom mindset digital, ser inclusivo e alinhado aos princípios ESG – Environmental, Social and Governance.

Por que um líder tem que ter um bom mindset digital? Isso vai muito além da necessidade do profissional que trabalha home office utilizar ferramentas para se comunicar. Esse líder tem que ser uma pessoa ágil, que consegue lidar com cenários de alta complexidade e ambiguidade. É o perfil que consegue tomar risco, não desiste e possui espírito empreendedor e inovador.

O líder do futuro é aquele Controller que não se limita a gestão financeira e tem a iniciativa de desenvolver um aplicativo para automatizar o reembolso de despesas dos colaboradores. Ou aquele Head de Compras que pede a área de tecnologia para criar um portal que otimize o fluxo de informações e a experiência dos fornecedores com os quais se relaciona. Tem que ser colaborativo e não ter medo de dividir informação, pois entende que, quanto mais informação é dividida, surgem soluções e ideias de forma mais rápida. Um cenário de co-criação potencializa processos e resultados.

Por que um líder atual tem que ser inclusivo? Um líder inclusivo tem que criar um ambiente confortável para as pessoas mostrarem a sua essência e suas opiniões, integrando profissionais de diferentes raças, culturas, gêneros, orientação sexual, entre outros. Na diversidade, as questões de gênero seguem no centro das discussões, com a mulher ganhando espaço na liderança em alguns mercados que até então eram ocupados majoritariamente por homens. Passou de uma luta de ideais para se tornar algo real.

Já no que diz respeito ao seu alinhamento com práticas ESG, o líder atual irá se diferenciar se suas decisões de negócio se forem social e ambientalmente responsáveis. Hoje em dia é relativamente fácil garantir que um escritório de 50 pessoas que opera na Av. Faria Lima em São Paulo seja carbono neutro, por exemplo. Empresas como a Carbonext viabilizam essa prática a partir de menos de cem reais mensais.

Pesquisas recentes mostram que impactar positivamente a comunidade ao seu entorno e implementar ações sociais que estejam conectadas com o seu propósito melhoram a percepção dos clientes em relação a sua marca e, em última instância, a capacidade do líder de atrair e reter talentos. Aqui na EXEC, nosso time de seleção foi capacitado para não adotar vieses inconscientes na avaliação de um profissional – seja de gênero, raça, orientação sexual, origem, deficiência, religião, características físicas, idade, entre outros.

Nosso objetivo com essa ação foi remover barreiras invisíveis que dificultam a formação de um quadro de profissionais de alta performance e ao mesmo tempo diverso e inclusivo. Além disso, há mais de um ano temos entrevistado proativamente profissionais que pertencem a grupos de minorias com o objetivo de diversificar e qualificar nosso banco de dados. E não adianta falar de diversidade sem trazer isso para dentro de casa. Entre os nossos diretores, 100% são mulheres.

Dos nossos 16 sócios, quatro são mulheres. Temos uma mulher negra no cargo de consultora e formulamos nosso conselho com pessoas que reforçam essa nossa busca de maneira estratégica. Temos no nosso quadro uma experiente conselheira mulher, um conselheiro que é um dos principais executivos negros do mundo de RH, um empreendedor que é também especialista em causas de deficiência e ESG, um conselheiro Sênior que é um dos mais experientes consultores de liderança no Brasil nas últimas décadas.

Isso para que eles nos desafiem a cumprir nossa difícil missão de selecionar e desenvolver os líderes do futuro, que estão em constante desenvolvimento. “Life long Learning” é um novo termo em inglês que resume bem a responsabilidade que recai sobre os ombros dos líderes atuais.

E uma coisa é fato: é uma estrada sem volta em uma única direção: as mais novas e intensas transformações.

(*) – É co-fundador da EXEC (www.exec.com.br).