No bilionário cenário do agronegócio, a trajetória dos alimentos é permeada por desafios logísticos e, cada vez mais, soluções tecnológicas inovadoras. Para se ter uma ideia da importância dessa cadeia de distribuição, dados do IBGE mostram que foram produzidas mais de 318,1 milhões de toneladas de alimentos no Brasil em 2023, destacando o país como um dos principais produtores de alimentos do mundo.
A grande questão é que para os produtos chegarem até as mesas dos lares e restaurantes é preciso de um esquema logístico eficiente e moderno. Os dados da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA) comprovam. Com mais de 1,5 milhão de estabelecimentos espalhados pelo país e um movimento estimado em R$ 220 bilhões somente neste ano, o setor de food service é vital para a economia brasileira, mas ainda é campeão em desperdícios.
De acordo com um estudo da FAO, o desperdício de comida em restaurantes representa cerca de 10% do total de alimentos produzidos no mundo. No Brasil, o desperdício de alimentos em restaurantes é estimado em cerca de 6 mil toneladas por ano. “O desafio da alimentação no país está não só na produção em larga escala, mas também na necessidade de lidar de maneira inteligente com o desperdício alarmante.
Com o uso de tecnologia, podemos aprimorar a eficiência operacional na cadeia de abastecimento, reduzindo para apenas 0,8% de perda dos alimentos”, destaca Otávio Pimentel, Country Manager da Frubana, foodtech especializada no uso de tecnologia para conectar pequenos produtores a restaurantes gerando soluções no abastecimento da indústria de alimentos na América Latina.
Nos últimos anos, o Brasil foi responsável por produzir mais de 300 milhões de toneladas de alimentos, destacando-se na produção de soja, milho, cana-de-açúcar, carne bovina e leite. Além de ser também um dos maiores produtores de frutas, verduras e legumes. Segundo Pimentel, “a dualidade brasileira está exatamente no país ser campeão na produção e no desperdício de alimentos ao mesmo tempo. Ela fica evidente ao analisar que das 37 milhões de toneladas de resíduos orgânicos produzidos anualmente, apenas 1% é reaproveitado.”, comenta.
A logística da entrega de alimentos do campo à mesa abrange três estágios cruciais: a produção, a armazenagem e a distribuição. E é nessa jornada que se encontram os grandes desafios. De acordo com a FAO, as perdas e desperdícios no Brasil são estimados em cerca de 40% de toda a produção alimentar, sendo causados por fatores como danos na produção, armazenamento inadequado e problemas no transporte.
No panorama do agronegócio brasileiro, a ascensão do uso de tecnologia se destaca como uma resposta dinâmica a estes desafios contemporâneos. O setor tem testemunhado um crescimento no emprego de soluções inovadoras para abordar questões cruciais relacionadas à produtividade, sustentabilidade e segurança alimentar. Segundo um estudo da consultoria McKinsey, o Brasil também é o campeão global em investimentos tecnológicos no agronegócio, ao investir aproximadamente US$ 10 bilhões nesse segmento somente em 2023.
“Essa iniciativa evidencia o compromisso do país em impulsionar a eficiência, inovação e sustentabilidade em sua produção agrícola, contribuindo para a construção de uma base sólida para o futuro. Somente por meio de uma abordagem tecnológica é possível oferecer uma resposta a altura desses desafios.” destaca Pimentel.
Ao utilizar Inteligência Artificial (IA) para otimizar rotas de transporte, prever a demanda e reduzir as perdas, o uso da tecnologia tem se mostrado vantajoso para as duas pontas do negócio. Enquanto a IoT monitora as condições de armazenamento e deslocamento, a robótica é empregada para automatizar tarefas, desde a colheita até o empacotamento. A estratégia vai de acordo com o último relatório da FAO que descobriu que o uso de inteligência artificial para identificar alimentos excedentes pode reduzir o desperdício de alimentos em até 70%.
O setor de food service tem um papel vital na economia, e é nesse contexto que a eficiência logística se torna imperativa. A revolução tecnológica não está apenas em levar os alimentos até as mesas, mas também criar um futuro mais sustentável para a indústria alimentícia. – Fonte e mais informações: (https://br.frubana.com).