A retenção de talentos é de suma importância para as empresas, já que são os colaboradores que contribuem diretamente para o crescimento e sucesso de cada negócio. Eles trazem consigo habilidades e conhecimentos valiosos, fundamentais para o desenvolvimento de novas ideias e a superação de desafios.
Quando uma empresa perde um talento, não apenas perde essa capacidade, mas também precisa gastar tempo e recursos para encontrar e treinar um substituto.
Investir na atração e retenção de talentos oferecendo jornadas flexíveis, salário compatível com a função, recompensas por produtividade, comissões e benefícios além do plano de saúde, vale-refeição, transporte e alimentação pode ser uma estratégia para solidificar colaboradores mais qualificados, gerando entregas cada vez melhores.
De acordo com um levantamento realizado pela Great Place to Work (GPTW) com 1.053 profissionais de diferentes áreas, o plano de saúde ainda é o principal benefício (82,5%), já que é uma maneira de diminuir os riscos de desenvolvimento de doenças que possam comprometer o equilíbrio físico e também mental.
Na sequência aparecem o odontológico (72,9%), participação nos lucros (50,5%) e convênios e parcerias com academias de ginástica (44,9%). Mas outros produtos, menos tradicionais, já ganham espaço dentro das companhias, como o day off (42,6%), programas de desconto em loja (26,5%) e benefícios estéticos de bem-estar (10,6%).
Outro auxílio que pode fazer todo sentido são as ferramentas que ajudam o colaborador a sair do endividamento ou organizar o orçamento pessoal. Esse tipo de iniciativa proporciona o equilíbrio entre a vida profissional, pessoal e financeira, já que o estresse gerado pelas dívidas em atraso pode causar ansiedade, preocupação e insônia impactando tanto a saúde mental quanto a saúde física do colaborador.
É neste cenário que o Recursos Humanos (RH) pode fazer toda a diferença ao firmar parcerias que criem as melhores condições de trabalho, dando aos colaboradores muito mais que um emprego, mas um caminho onde seja possível alcançar equilíbrio.
Algumas fintechs e startups conseguem proporcionar crédito consciente para que o trabalhador consiga quitar aquelas dívidas que mais impactam no orçamento, como cartão de crédito e cheque especial. Mas como só proporcionar o benefício não faz tanto sentido, a ideia é priorizar pelo serviço que também disponibilize algum tipo de planejamento financeiro por meio da educação como palestras, cursos e material de apoio onde seja possível agregar a mudança de mentalidade.
A ideia é oferecer conhecimento para que o funcionário consiga adaptar os seus gastos dentro da sua realidade. Quando ele tem plena consciência da sua situação, ele consegue arcar com as despesas mais básicas e com as não essenciais que julga importantes, além de se planejar para realizar sonhos. Mas isso só acontece quando há conhecimento para administrar os recursos.
Outro ponto que devemos considerar, são os imprevistos que podem ocorrer ao longo do mês. Para esse momento, disponibilizar um adiantamento salarial em que o colaborador consiga acessar parte da sua remuneração a qualquer momento do mês seria o ideal.
Sabemos que a maioria dos brasileiros não costuma falar sobre dinheiro, porque estamos em um país que tradicionalmente tem dificuldade de lidar com os próprios recursos financeiros.
De nada adianta implementar tais ações com foco na reestruturação financeira, se para conseguir é exaustivamente burocrático. A sugestão é desburocratizar para que o colaborador use quando houver necessidade, sem precisar passar por terceiros.
(*) – Felipe Gomes é CEO da ContaFuturo – (https://www.contafuturo.com.br/).