O novo secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Fabio Kanczuk, anunciou ontem (21), que a previsão da equipe econômica para o crescimento da economia brasileira em 2017 foi rebaixada de 1,6% para 1%.
Essa é a terceira estimativa de crescimento para 2017 divulgada pela equipe econômica do governo Michel Temer, que assumiu em maio.
Quando apresentou a nova versão do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), a projeção foi fixada em 1,2%. Em meados de agosto, às vésperas do envio do Orçamento ao Congresso, a equipe econômica anunciou a elevação dessa projeção para 1,6%, com o argumento de que o próprio mercado estava melhorando suas avaliações. Kanczuk disse que foi a alta dos spreads bancários nos empréstimos para pessoas jurídicas que levou a equipe econômica a revisar para baixo a projeção para o PIB de 2017.
“Os spreads no crédito às empresas estão subindo. O crédito está mais caro, e esse é um indicador do risco que o setor bancário percebe nas empresas”, afirmou. “Crédito mais caro é um fenômeno natural de todos os processos recessivos. A lucratividade das empresas é ligada à atividade econômica e cai quando a economia cai. E como o lucro caiu, as empresas estão relativamente mais endividadas”. Esse encarecimento do crédito para as empresas está por trás da revisão da estimativa de PIB. “O endividamento das empresas está se tornando mais claro e puxando os spreads para cima. Por isso, a nova projeção é um pouco menor do que o que prevíamos antes”, afirmou (AE).