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Beltrame: cruzamento de dados e perícias geraram corte de milhares de benefícios

em Destaques
segunda-feira, 16 de abril de 2018

O ministro do Desenvolvimento Social, Alberto Beltrame, disse que o cruzamento de bases de dados do governo e perícias que deixaram de ser realizadas geraram o cancelamento de milhares de benefícios de auxílio-doença, aposentadoria por invalidez e Bolsa Família.

Um pente-fino realizado entre agosto de 2016 e março deste ano encontrou 552,9 mil benefícios de auxílio-doença que não passavam por revisão há mais de dois anos, sendo que a regra é a cada seis meses.
Até agora, 279 mil revisados, dos quais 228 mil foram cancelados, média de 82% – ou por irregularidade, ou por não-comparecimento do beneficiário.
Em agosto de 2016 e março de 2017, a economia com auxílio-doença foi de R$ 7,6 bilhões. Mantida a média de cancelamentos, a economia pode atingir R$ 15,7 bilhões. “Isso é mais do que a privatização da Eletrobras”, disse Beltrame. Em 2016, a folha de pagamento do auxílio-doença era de R$ 27,8 bilhões anuais, com 1,8 milhão de beneficiários. Em dezembro deste ano, segundo o ministro, o gasto deve atingir R$ 20 bilhões, com 1,1 milhão de beneficiários.
Um exemplo citado pelo ministro foi o de gestantes que receberam auxílio-doença por estarem hipertensas durante a gravidez, mas que continuaram com o benefício por dez anos. “Encontramos pessoas absolutamente saudáveis no momento da perícia, que tinham direito ao benefício no momento em que foi concedido, mas que se acostumaram e se acomodaram nessa situação”, disse ele, para quem houve “desleixo” na gestão dos recursos públicos.
No caso das revisões de aposentadoria por invalidez, cuja revisão deve ser feita a cada dois anos, até agora, 43 mil foram revisadas, e o índice de cancelamento é de 30%. “Encontramos cegos que dirigem e possuem carteira de motorista, pessoas que foram cadeirantes em algum momento, devido a acidentes, e hoje caminham, alguns até são maratonistas”, afirmou Beltrame. “Entre 2016 e 2019, devemos atingir R$ 20 bilhões de economia”, acrescentou (AE).