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As velhas novas promessas para o ano novo

em Destaques
quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

Luiz Fernando Schvartzman (*)

Todo final de ano a história se repete, repensamos no ano que passou, nas conquistas, decepções, surpresas, erros e acertos. No entanto, a grande maioria destes planos não passam de ideias e sonhos. Raros são realizados ou, ao menos, planejados.

Poucos projetos vão para o papel e menos ainda se concretizam. A maioria são esquecidos em alguns dias após o réveillon.

Muito provavelmente você nem se lembra dos planos que traçou para 2022. No entanto, se planejar depois de um ano desafiador, difícil e incontrolável, com as incertezas do mercado mundial e nacional, parece algo improvável no que tange o pensamento do senso comum.

Foram muitas dúvidas, diante de poucas certezas, o que tornou ainda mais complexo. O contraponto desse cenário é a capacidade que o brasileiro tem de ser criativo e resiliente.

O olhar generoso sobre o nosso passado recente aponta que aprendemos a lidar com a distância, insegurança, angústia e ser mais criativos. Tivemos que nos adequar a novas tecnologias e rotinas. Aprendemos a ter empatia e cuidar das pessoas mais frágeis. Sem dúvida foi um ano difícil, mas diante das adversidades sempre há ensinamentos.

• E agora, como será 2023?
• Será que é o momento de trocar de trabalho?
• Será que ainda vamos continuar em home office?

Em 2022 aprendemos a ser mais resilientes e aprendemos a lidar com o contraditório no contexto eleitoral, a incerteza perante o futuro, nos trás ainda mais uma certeza: de que cada um terá que fazer a sua parte. Não existe solução para todos os problemas, e não deposite esperança em todas as resoluções, principalmente aquelas que não dependem exclusivamente de você.

Precisamos ter esperança, planejamento e persistência a fim de aprender, se adaptar rápido e agir onde podemos fazer a diferença, seja para nós mesmos, para as pessoas ao nosso redor ou até mesmo para o mundo. Se existe uma lição a ser extraída desse período é: nunca fique parado e antes de mudar o mundo, precisamos mudar a nossa própria vida.

Se o plano era uma viagem, uma mudança de emprego, uma dieta ou até mesmo organizar as finanças, mas não foi possível realizar em 2022, não culpe apenas o contexto, mas o que poderá fazer diferente para atingir os resultados esperados.

Apesar dos planos e projetos não concretizados, certamente houveram vitórias, realizações e conquistas, que tendem a ter uma percepção muito menor, mas devem ser reconhecidas, enaltecidas e comemoradas. Mesmo aquelas que não foram inicialmente planejadas, e principalmente aquelas boas surpresas que encontramos pela vida: um novo amor, uma nova descoberta, um novo aprendizado ou até mesmo, mais um ano de vida.

O período que o mundo viveu nos últimos anos com a pandemia nos alertou e a história ostentou a nossa capacidade de nos adaptarmos tão rapidamente a um contratempo tão grande. Em poucos meses, milhões ou até bilhões de pessoas em todo o mundo mudaram formas de trabalho, relacionamento e viver a vida de forma plena.

Muitos sonhos deixaram de ser realizados e trazem frustração. No entanto, muitos destes sonhos só não são concretizados porque são mal dimensionados e não foi dada a devida dedicação. Todo ano surge a mesma promessa: “desta vez vai ser diferente, vou levar a sério”, “vou fazer um regime”, “voltar para a aula de inglês”, “investir mais na carreira”.

Mas se não mudarmos a forma de agir, o resultado tende a ser sempre o mesmo. Como percebemos, o contexto interfere, mas a nossa vontade é que realmente vai mudar.
Que venha 2023!

Enfim, qualquer que seja o seu plano, sua prioridade e objetivos, não deixe de planejar a maneira de alcançá-los, incluindo os recursos que serão necessários dentro do seu contexto de finanças pessoais, quando deverá ser realizado, quais são os passos, do que você irá precisar para realizar seu projeto e mãos à obra! Não negligencie a sua vida.
Ela é muito curta para ser desperdiçada.

Em cada novo desafio, a cada ano que se passa, novos planos e projetos são conquistados e realizados, mas não deixe isso na mão do acaso, seja o condutor desta mudança e não o coadjuvante da sua própria história de vida.

(*) – Formado em Administrac¸a~o e especializac¸a~o em Nego´cios pela Fundac¸a~o Dom Cabral e USP, é fundador e CEO do Vista Fintech, plataforma para planejadores financeiros pessoais (https://meuvista.com).