O governo vai acelerar as privatizações para travar despesas com juros da dívida, anunciou o ministro da Economia, Paulo Guedes, ontem (22), em palestra de abertura do seminário ‘Previdência: por que a reforma é crucial para o futuro do país?’, organizado pelos jornais Correio Braziliense e Estado de Minas.
Segundo o ministro, com a reforma os investimentos vão voltar a crescer, devido à previsibilidade para a economia de duas décadas.
Assim, para o ministro, o país poderá crescer entre 2,5% e 3,5% por ano. “Com essa reforma, abrimos os portões para uma fase nova”, disse. Segundo Guedes, as duas grandes despesas atualmente são com a Previdência, cerca de R$ 750 bilhões, este ano, e os gastos com juros, cerca de
R$ 350 bilhões. Para conter essas despesas com juros, o ministro disse que fará privatizações.
A meta é gerar US$ 20 bilhões em receitas com as privatizações, sendo que o governo já gerou mais de
US$ 11 bilhões. A maior parte são de concessões. “Por enquanto não tem peixe grande. Daqui a pouco vão entrar os grandes também. Com as privatizações, vamos travar essa despesa que é uma vergonha para o Brasil”, afirmou Guedes.
O ministro comparou a reforma da Previdência a uma cirurgia, que ninguém gosta de fazer, mas é necessária. Argumentou que a reforma é necessária devido ao envelhecimento da população, com menos jovens no mercado de trabalho contribuindo no futuro, por haver privilégios no sistema atual, e por considerar que a forma de financiamento é uma “bomba-relógio”. “A forma de financiamento da Previdência é uma arma de destruição de emprego. O trabalhador ganha pouco e custa muito, custa o dobro para a empresa”, disse.
Guedes reafirmou ainda que será necessário aprovar a reforma com economia de pelo menos
R$ 1 trilhão, para que se possa implementar o sistema de capitalização para os jovens que entrarem no mercado de trabalho (ABr).