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A popularização do ESG nos projetos imobiliários

em Destaques
terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

Segundo pesquisa realizada pela Agência FIEP no Brasil em 2019, 87% dos entrevistados estariam dispostos a pagar mais por produtos e serviços provenientes de empresas comprometidas com impactos socioambientais positivos. Essa conscientização está impulsionando a busca por empreendimentos imobiliários que levem em consideração práticas ESG.

Outro estudo denominado ESG na Prática, divulgado no final de 2022 pelo CTE (Centro de Tecnologia de Edificações) e pela Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), 71% das empresas do setor cumprem ações de ESG, enquanto as outras 29% estão em fase de implementação.

Para Hélio Gallizzi, diretor nacional de serviços O&A Colliers Brasil, líder global de serviços imobiliários, o ESG transcende o âmbito de métricas financeiras tradicionais. No mercado imobiliário, a adoção de práticas ESG é crucial para responder às demandas atuais da sociedade e dos investidores, que buscam não apenas retornos financeiros, mas também impactos positivos”, afirma o executivo.

Para ele, o conceito ESG está transformando a maneira como o mercado imobiliário opera, alinhando-o com as demandas crescentes por sustentabilidade, responsabilidade social e transparência. “A abordagem holística do ESG oferece a oportunidade para o setor imobiliário se tornar agente de mudança, construindo um ambiente urbano mais sustentável e proporcionando qualidade de vida tanto para as gerações atuais quanto para as futuras”, opina Gallizzi.

O executivo reforça que a estratégia vai sempre de acordo com o budget da empresa, mas que ela já se mostra essencial. Hoje, conforme ele ressalta, já existem condomínios com diversas práticas de energia renovável, eficiência energética, gestão responsável de resíduos, gestão sustentável de ativos e muito mais – por isso os principais players já estão desenvolvendo projetos voltados para as melhores práticas ESG. Na Colliers, 70% dos empreendimentos já levam em conta modelos alinhados a estas expectativas do novo consumidor.

“Em projetos envolvendo energia renovável, com painéis solares, por exemplo, é possível inclusive contar com incentivos fiscais”, diz ele. “Há ainda empreendimentos para integração com a comunidade, como rotas orgânicas que fornecem alimentos para comunidades, apoio a ONGs e às causas que a empresa mais se identifica. Isso tudo evolui o setor e faz bastante diferença na hora de fechar um negócio”, acredita Gallizzi.

Para o especialista, embora esses projetos ainda não tenham se apresentado em preços repassados ao consumidor, ele acredita que esta é uma tendência. “Os prédios que saem na frente trazem inovações e, por isso, acabam puxando o mercado. Aos poucos, isso vai se regulando”, afirma. Como exemplo, cita iniciativas operacionais dentro do condomínio que melhoram a eficiência de custo em relação ao colaborador.

“ Muitas empresas desejam que seus colaboradores tenham experiências de acordo com seus posicionamentos de marca empregadora. Isso faz com que esses empreendimentos que trazem consigo novas mentalidades se destaquem cada vez mais. Não se trata mais de discurso: é realidade cada vez mais próxima do setor”, conclui ele. – Fonte e mais informações: (https://www.colliers.com).