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A CLT que você chama de estabilidade na verdade é estagnação

em Destaques
sexta-feira, 11 de abril de 2025

Especialista escancara os erros de quem quer sair do emprego para abrir um negócio

O Brasil tem mais de 100 milhões de pessoas economicamente ativas. Dessas, quase 40 milhões estão presas a empregos formais que consomem seu tempo, sua energia e, aos poucos, também os seus sonhos. O medo de empreender, a crença de que “não é o momento certo” e a dificuldade em escolher o modelo de negócio ideal fazem com que muitos permaneçam paralisados em empregos que não amam, apenas para garantir um salário que mal cobre o custo de vida.

A transição da CLT para o empreendedorismo não precisa ser um salto no escuro, mas exige método, estratégia e conhecimento de mercado. “Não adianta só ter coragem. Sem estratégia, você troca um presente instável por um futuro completamente duvidoso. Empreender exige mais do que vontade: exige competência, escolha inteligente e um plano de transição que funcione de verdade”, afirma Raphael Mattos, empresário e especialista em negócios escaláveis e franchising.

Mattos não apenas fala com propriedade: ele viveu a transição. Deixou a CLT há mais de uma década, após seis meses empreendendo em paralelo. Hoje, lidera projetos com faturamento milionário e tornou-se referência na formação de novos empreendedores. “Existem quatro critérios importantes para sair da CLT sem cair na armadilha que derruba 66% dos empreendedores nos três primeiros anos de jornada:

• É importante buscar modelos com horários flexíveis, para iniciar o negócio sem abandonar a renda principal;
• Escolher um empreendimento com potencial de escala e não apenas fontes de renda extra pontual;
• Optar por negócios de serviços, que têm margens mais altas e custos operacionais menores;
• Priorizar projetos que tenham conexão com as habilidades e experiências anteriores.
Para ilustrar, Mattos aponta os caminhos mais promissores na atualidade: o drop service (intermediação de serviços de marketing digital), o marketing de afiliados, os infoprodutos e até o dropshipping, cada um com suas exigências técnicas, riscos e vantagens operacionais.

“O erro mais comum é romantizar o empreendedorismo. Acordar um dia e pedir demissão acreditando que vai virar o próximo unicórnio. Isso não é coragem, é irresponsabilidade. O movimento inteligente é montar uma ponte entre onde você está e aonde você quer chegar. E isso só é possível quando você escolhe o modelo certo, respeita seu tempo e estuda o jogo”, reforça o especialista.

Mattos ainda alerta: produtos bonitos não pagam boletos. Negócios que dependem da habilidade técnica do dono, como vender docinhos no condomínio ou fazer posts para redes sociais, geram renda, mas não viram empresa. O empreendedor precisa sair do operacional e construir algo escalável, lucrativo e que funcione mesmo sem ele.

Segundo Mattos, a transição entre o emprego e o empreendedorismo não é para os fracos, mas também não é um salto no abismo. “Com o conhecimento certo, dá para construir uma rota sólida, rentável e transformadora. O futuro não vai esperar. E, no mercado atual, quem não age rápido, fica para trás”, finaliza.