Na tentativa de trazer alguns insights que possam contribuir nas decisões de negócio ao longo de 2023, a Haus, plataforma de marketing digital do Grupo Stefanini, lançou um guia que contempla uma seleção de tendências mais relevantes, com sugestões de ações para que líderes coloquem em prática, de olho na cultura, no mercado, nas inovações tecnológicas e nos impactos socioeconômicos.
Para chegar ao resultado, a Haus utilizou metodologias proprietárias, como a Curadoria de Tendências, que traz insights acionáveis, bem como o Trend Index – ranking que considera o cálculo de propensão de determinadas tendências serem mais ou menos relevantes nos próximos meses, cruzando dados qualitativos e quantitativos de diversas fontes, como Social Listening, Google Trends, entre outros.
Ou seja, a plataforma de marketing digital do Grupo Stefanini produziu um score que oferece visibilidade da relevância dos movimentos de mercado, para que seja possível priorizar o que mais importa.
Na Curadoria de Tendências, que representa a primeira etapa, a Haus captou a visão dos líderes globais em diversos assuntos e mercados, condensando, a partir de visões multidisciplinares, conhecimento fragmentado em exercício de insights, que traz reflexões e direcionamentos. Considerou, também, a melhor medida entre Exatas e Humanas nesse estudo, com inputs valiosos para qualquer negócio. A ideia é indicar pontos que podem ajudar os profissionais a evoluir muito em 2023.
“Acreditamos que a análise de dados para a tomada de decisões/ações ainda é um desafio dos negócios e, por isso, buscamos simplificar a complexidade existente para possibilitar a evolução constante. Entender as tendências, prever comportamentos e se planejar para isso, nem que seja a passos curtos, é o que faz a diferença nos negócios”, ressalta Amanda Gasperini, diretora de Marketing Analytics na Gauge, empresa do Grupo Haus.
Confira, a seguir, as 10 tendências listadas pelo Guia Haus:
- O reinado do Social Search – A rejeição em relação à publicidade intrusiva, o excesso de opções de marcas e produtos e a vida atarefada fizeram do fator humano um atalho essencial na tomada de decisão. Os jovens, por exemplo, já recorrem prioritariamente às redes sociais como primeira fonte de pesquisa para realizar uma compra, buscando a opinião de terceiros como atalho de decisão.
Hoje, as redes sociais são a primeira fonte de muitos consumidores, fazendo com que estratégias de live commerce e recomendação de clientes reais se tornem grandes fontes de aquisição e recorrência.
- Ação transformadora: compromisso inegociável – Antes, o consumidor se satisfazia com propagandas e selos de cunho socioambiental, e não havia muito monitoramento dos impactos reais que o discurso tinha na prática. Cansada de ver metas ESG não cumpridas e de ter suas expectativas frustradas, a Geração Z toma as rédeas do próprio futuro.
O novo consumidor anseia por iniciativas que apoiem causas relacionadas ao seu cotidiano, demonstrem o mesmo senso de urgência e possibilitem progressos reais, não ficando apenas no “blá”. Nesse sentido, as marcas devem se posicionar como aliadas, não protagonistas, ao realizar ações que apoiem causas.
Invista em modelos descentralizados, que empoderam cada indivíduo a escrever a narrativa com as próprias palavras. Muito cuidado com o falar sem o fazer, pois o cancelamento social é uma realidade que pode levar muitas marcas a crises irremediáveis.
- Inteligência artificial para todos – Na era da revolução da inteligência, redes neurais e algoritmos especializados automatizam tarefas cotidianas repetitivas, trazendo mais eficiência e produtividade humana a um custo acessível. Além do texto, haverá atividades também focadas em imagem e voz, inclusive nas interpretações.
De acordo com o levantamento da Haus, a inteligência artificial poderá ser implementada com o propósito de servir, que certamente retornará em forma de preferência e recorrência para o negócio, fidelizando a base de clientes e otimizando as ativações, ao personalizar e tornar conveniente suas ofertas.
Por isso, inteligência de dados e melhorias contínuas na experiência são o casamento perfeito para continuar evoluindo, sempre.
- Cadeira cativa de AR, VR e MR – Realidade Aumentada (RA), Realidade Virtual (RV) e Realidade Mista (RM) são novidades tecnológicas que pareciam muito distantes, mas que passam a fazer parte de nosso cotidiano, tornando-se cada vez mais mainstream por meio de games, digitalização de museus e programas de treinamento virtual.
A inclusão da interatividade na relação entre a marca e o cliente para tornar a experiência de compra mais interessante e ter vantagem competitiva. A sugestão é usar a criatividade para trazer utilidade às tecnologias emergentes, construindo experiências imersivas que fazem a marca se tornar memorável.
- Blockchain, NFTs e Monetização Virtual – Apesar da publicidade positiva, Blockchain, NFTs e monetização virtual ainda eram um mistério para muitos. As plataformas de segurança cruzam fronteiras e se tornaram complementos para a criação de novos modelos de negócio.
As soluções serão utilizadas como forma de multiplicar os fluxos de receita e de se aproximar do consumidor no mundo virtual. Segundo a Haus, é importante empoderar os clientes, fornecendo a eles múltiplas possibilidades de acessar e pagar por seus produtos e serviços.
“Acredite, eles cobrarão essa multiplicidade. E não basta apenas oferecer os recursos. Ensine-os e ajude-os a ter mais flexibilidade na vida, pois muitas novidades acabam gerando insegurança, até mesmo em função do crescimento de ataques cibernéticos no meio desse processo de evolução do sistema financeiro. A dica é: seja o protagonista de novos modelos de negócio, atuando com centralidade no cliente. O que isso significa?
Que você deve considerar a realidade de cada indivíduo para oferecer o melhor caminho até um produto ou serviço, trazendo transparência, conveniência e segurança no processo. Não precisa usar tudo que existe, mas tudo que importa para facilitar a vida do seu cliente”, orienta Perla Amabile, diretora de Strategy & Consumer Insights da Gauge.
- Metaverso e suas múltiplas facetas – O mundo virtual se funde ao mundo físico, mistura que molda comportamentos e mexe com o imaginário, dando liberdade de ser e fazer, ao criar espaços igualitários que permitem inúmeras formas de autoexpressão, incluindo identidades alternativas, possibilitando outros tipos de interação entre marca e consumidor. Apesar do potencial, possivelmente veremos os primeiros passos desse movimento mais concentrados no mundo dos games.
- A consciência de consumo está mais avançada – Ao mesmo tempo em que o consumidor aprendeu a ter cautela ao longo dos últimos anos com a pandemia e a recessão econômica, também foi relutante em abrir mão das pequenas indulgências e prazeres, pois isso compensou os momentos difíceis, mas causou uma onda de endividamentos desenfreados.
A consciência entra em jogo e faz com que os consumidores invistam seu dinheiro de maneira mais planejada. Segundo Amanda, é fundamental ajudar o cliente a fazer boas escolhas e a entender por que decidir por um determinado produto ou serviço é melhor para ele. “Calcule, construa o raciocínio e o eduque indiretamente ou explicitamente, sem exigir esse esforço por parte dele.
Sua marca será bem vista e bem-vinda, especialmente neste momento em que a saúde financeira do Brasil (e do mundo) está abalada. O resultado financeiro do seu negócio estará diretamente relacionado a esse ajuste de mindset empático”, complementa.
- Freedonismo – Os últimos acontecimentos globais provocaram uma ansiedade generalizada e uma constante sensação de impotência. Em muitos casos, o consumidor busca consolo no passado e alívio no presente, ao querer viver cada momento o mais intensamente possível e consumir conteúdos mais leves, que divertem e distraem a mente de tanto caos.
“Rejeite as amarras da comunicação formal e acate as subversões mais coloridas e brincalhonas, tudo em prol de uma mensagem de entusiasmo, motivação, diversão e bem-estar. Isso significa entrar em conversas sociais de forma mais humana e mais leve, ao invés de interromper conversas com publicidade autocentrada.
A meta não deve ser aumentar a base de clientes, mas construir comunidades em torno do universo da marca, criando movimentos maiores que o próprio negócio. Isso é um indicador de sucesso máximo para qualquer empresa que queira crescer na nova economia”, enfatiza Amabile.
- Era da elevação pessoal – Trata-se de um movimento de hiper personalização e foco na qualidade pós-venda, onde os dados ajudam empresas a gerar mais valor, cuidar do cliente e tratá-lo não mais como um número, mas como um ser humano que tem dores, expectativas e necessidades muitas vezes nem percebidas, até que a marca (por meio de algoritmos) identifica, vai lá e resolve, servindo-o de forma empática, a partir da tecnologia.
- Ecossistema ganha-ganha – Os consumidores querem que as marcas potencializem seu próprio poder de ação, e não que ajam de forma vertical em benefício próprio. Ao mesmo tempo, o fim dos cookies em 2023 fortalece a necessidade de uma atuação mais íntima na relação marca-consumidor, tornando necessária a construção de comunidades, para que seja possível acessar e engajar pessoas.
O modelo de negócio descentralizado abre espaço para a liberdade criativa, ouvindo as pessoas e dando voz. Ao fazer com que colaboradores, parceiros e clientes se tornem parte integral da construção da solução, sua marca ganha mais relevância e presença na vida das pessoas, construindo uma base de fãs, não de consumidores distantes.
Na era da economia colaborativa, percebe-se um movimento de construção de relações de troca real em ecossistemas no modelo ganha-ganha, onde diversas empresas e pessoas se unem por um mesmo propósito, potencializando seus ganhos individuais e coletivos.
Conclusões – De acordo com o Guia Haus, as tendências mostram que há dois tipos de empresas na nova economia: as que cuidam de pendências e as que antecipam tendências. O primeiro grupo se adapta minimamente ao mercado. O segundo está à frente, puxando o mercado. Não se trata de prever o futuro, mas de criar futuros relevantes.
“Num mundo tão instável, olhar para frente e entender tendências de consumo e comportamento são a base para construir vantagem competitiva. Cada vez mais, a evolução será contínua e dependerá do quanto está disposto a abrir a mente para ‘ouvir’ os dados, que poderão ajudar nessa adaptação”, finaliza Luiz Felipe Rodriguez, CEO na Gauge, empresa do Grupo Haus. – Fonte e outras informações, acesse: (https://ecossistema.haus/).