Heródoto Barbeiro (*)
Ele é um candidato fortíssimo à presidência da república. Tem um forte apelo popular e para alguns veículos de comunicação é imbatível nas próximas eleições presidenciais. Seus dois mandatos anteriores deixaram marcas profundas no país, e uma boa parte dos eleitores têm saudades dos tempos que governou a nação por nove anos . Afirmam que durante esse período a qualidade de vida melhorou e principalmente os trabalhadores tiveram ganho de renda e de auto estima. O país tinha o respeito internacional o que fazia dele uma exceção na América Latina. A campanha eleitoral nem bem se inicia e o ex-presidente é lembrado como o governante mais bem sucedido na história nacional.É visto por muitos como um ícone, um mito a ser preservado.
Ele deixou o último mandato da presidência com alta taxa de aprovação do seu governo, o que o habilita a ter uma terceira oportunidade de governar o país. Dizem os institutos de pesquisas que a aprovação chegou a mais de 60 por cento. Ninguém esquece as diretrizes nacionalistas dos seus dois governos através de forte impulso ao desenvolvimento de empresas estatais. Não esconde que não quer aproximação com o governo americano e procura outras alternativas internacionais. Busca mercados que possam adquirir os produtos nacionais, principalmente os provenientes do agronegócio. Essas diretrizes carreiam grande apoio dos movimentos dos trabalhadores e da população de baixa renda. Sua campanha eleitoral tem como alvo buscar, pela terceira vez, o apoio das camadas mais pobres a quem promete a volta da idade de ouro. Os funcionários públicos o apoiam integralmente, uma vez que foi responsável pelo crescimento da máquina pública, com muitos empregos oferecidos pelas empresas estatais e órgãos governamentais.
Ele é acusado de ter se aproveitado pessoalmente dos benefícios do governo durante os seus dois mandatos. Há uma forte campanha de oposicionistas que o acusam de populista e de admirador de países totalitários. Nada disso cola no candidato. Ele está de volta ao campo eleitoral com novas promessas de recuperar a nação que vive uma profunda crise econômica onde se sobressai o desemprego e o crescimento da pobreza. Juan Domingo Perón desembarca em Buenos Aires depois de 18 anos de exílio na Espanha. Sua segunda mulher, Evita, ainda é cultuada no cemitério como quase uma santa. Nenhum dos candidatos faz sombra ao seu apelo e prestígio popular. Perón é eleito, pela terceira vez, presidente da República Argentina, em 1973.
(*) É comentarista da Record News, R5 e Nova Brasil FM.