Heródoto Barbeiro (*)
A Polônia está salva. As potencias ocidentais prometem ao país total apoio caso sofra algum ataque de uma potência estrangeira.
O governo local não tem condições de investir grandes somas para prover as Forças Armadas de equipamentos modernos para rechaçar um ataque de uma grande potência. Contudo, há no país um forte sentimento nacionalista que pode se traduzir em convocação militar e a formação de um exército poderoso pela defesa nacional.
Os poloneses aprendem com o passado quando o país foi por diversas vezes retaliado entre as potências militares da época e partes do seu território perdidos permanentemente. O partido que está no poder garante que isso não vai mais acontecer e que o governo está vigilante nos movimentos dos que pretendem fragilizar a nação.
Avaliam que a conjuntura mundial não é favorável às nações menores, que investem pequena parte do PIB na defesa nacional. Mas depois da crise que abalou o sistema capitalista mundial, sobraram poucas opções, não só para a Polônia, mas para a maioria dos países do mundo.
A geopolítica mundial se altera rapidamente, principalmente na Europa. Nenhum dos tratados de paz do século 20 foi suficiente para satisfazer o desejo de nacionalidades constituir os seus próprios países. Permanece uma quantidade significativa de povos com diferentes origens sob um mesmo Estado.
Daí para os conflitos de ordem ética, cultural, religiosa é um passo. Há ameaças de todo o lado. Os movimentos separatistas ganham força e não se acanham em buscar apoio nas potências estrangeiras que prometem coloca-los no poder caso conquistem a população.
Algumas regiões proíbem idiomas, trocam mapas e bandeiras, e ensinam nas escolas os que os grupos de pressão julgam ser os princípios que apoiam os seus ideais. Há em andamento uma verdadeira lavagem cerebral, o passado é deturpado e o que vale é o que a força impõe.
A organização mundial das nações não tem força nem apoio para impedir o crescimento dos antagonismos. Muitos vêm ainda dos conflitos anteriores e não foram solucionados com tratados e promessas dos partidos políticos que chegam ao poder. O horizonte é sombrio, mas as potências ocidentais estão otimistas que tudo pode se resolver sem guerras.
Os confrontos militares não se restringem mais às fronteiras. Mercenários, extremistas de toda ordem, arregimentados à força formam batalhões genocidas. Os poloneses estão atentos a toda essa agitação e ameaças mas estão confiantes que os tratados de defesa que assinaram com a França e o Reino Unido lhes dão garantia. Deladier e Chamberlain tentam apaziguar os nazistas que propagam o “ lebensraum,” ou seja, a política do espaço vital.
A fronteira da Alemanha vai até onde existirem alemães. Hitler recebe o apoio de outro ditador, Mussolini. Com o Tratado de Munique, os nazistas ganham o aval para anexar parte da Tchecoslováquia. Isto acalma os desejos do Führer, dizem os líderes democráticos em seus pronunciamentos em Paris e Londres. Contudo a sanha nazista, estende o tratado como uma fraqueza e por isso acumula tropas na fronteira da Polônia.
A próxima vítima, segundo os estrategistas ocidentais, está garantida pela presença da União Soviética, que não admitiria a presença de tropas alemã próximas as suas fronteiras. Nos bastidores, as chancelarias nazista e soviética negociam. Os chanceleres Ribbentrop e Molotov escondem cláusulas do Pacto de Não Agressão. Em 1 de setembro de 1939, os nazistas invadem a Polônia e dão início as Segunda Guerra Mundial.
Os tanques rolam em direção à Varsóvia. Duas semanas depois é a vez dos soviéticos invadirem a Polônia pelo leste. O país é devastado pelas duas ditaduras.
(*) – É jornalista do R7, Record News e Nova Brasil fm, além de autor de vários livros de sucesso. Acompanhe no YouTube “Por dentro da Máquina”,
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