A Coluna desta semana é voltada para CEOs, diretores e empreendedores que têm que tomar decisões nas mais variadas disciplinas, como marketing, recursos humanos, finanças, contabilidade, compras e… Compliance! São pessoas que dirigem uma empresa com toda a complexidade que a realidade impõe e, apesar de não serem exclusivas de uma área, são responsáveis por criar um ambiente institucional favorável ao trabalho de todos.
Um gestor C-Level tem responsabilidade em relação aos processos de Compliance, e parte dele o exemplo, conforme vimos na Coluna da semana passada. Esse compromisso começa pela aprovação da estrutura do Programa de Compliance, que deve ser coerente com o histórico, a identidade e os valores da empresa.
Essa aprovação engloba os profissionais, suas responsabilidades e autoridades, bem como o Código de Ética, com regras claras e sanções para eventuais violações. A independência desses profissionais das três linhas deve ser ratificada. É importante instituir um Canal de Denúncias e um Comitê de Ética de caráter fiscalizador, a depender do tamanho da organização.
O C-Level deve também assegurar que os padrões de conduta ética sejam disseminados por todos os níveis da empresa – inclusive no dele. Um Programa de Treinamento é fundamental para capacitar as pessoas, com avaliações e reciclagens periódicas. A comunicação interna também exerce um papel importante para deixar o conhecimento sempre vivo.
O resultado do Mapa de Riscos de Ética e Integridade deve ser ratificado e monitorado junto às condutas cotidianas, incluindo as saídas do Canal de Denúncia e do Comitê de Ética.
Finalmente, quando houver evidência de violação por parte dos funcionários, principalmente do próprio C-Level, um comitê específico de investigação, com especialistas externos independentes, deve ser criado.
O cotidiano de um CEO é dinâmico, com desafios imprevisíveis que demandam tempo e foco. Isso não o exime de criar as condições essenciais aqui expostas para a equipe de Compliance trabalhar. Mais um argumento da importância de saber delegar e se cercar de profissionais competentes e compromissados.
Denise Debiasi é CEO da Bi2 Partners, reconhecida pela expertise e reputação de seus profissionais nas áreas de investigações globais e inteligência estratégica, governança e finanças corporativas, conformidade com leis nacionais e internacionais de combate à corrupção, antissuborno e antilavagem de dinheiro, arbitragem e suporte a litígios, entre outros serviços de primeira importância em mercados emergentes.