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Vivemos o auge das crises

em Artigos
terça-feira, 22 de agosto de 2017

Benedicto Ismael Camargo Dutra (*)

Lamentavelmente, vivemos o auge das crises políticas, econômicas e ambientais.

Muito em breve a humanidade se conscientizará da forma estúpida e sem sentido como tem vivido. A corrupção se expandiu como nunca em lutas de cobiça pelo poder. A incompetência da classe governante e o despreparo da população estão desorganizando a vida civilizada. Falta força da vontade para o bem. No Brasil, falta dar boa formação à população, estabelecer objetivos viáveis atinentes aos interesses do país, motivar, ir atrás com seriedade.

Japão, Coreia e China acabaram conquistando uma situação melhor com a ajuda dos Estados Unidos que tinha interesses ensejando condições favoráveis. A China, com sua grande população, deu bom preparo e motivação para agir, pois lá não se permite a destruição das novas gerações com drogas e orgias, e por isso está despontando numa posição de liderança e poderá introduzir mudanças na ordem mundial do dólar, enquanto os governantes do Brasil, por ignorância e cobiça, caíram nas armadilhas cambiais e financeiras.

A China alcança o nível de 25% das exportações do Brasil. Com sua elevada população, não é de se estranhar essa participação. Bom para o nosso país, embora seja essencialmente de alimentos e produtos primários. Para otimizar a parceria, deveria haver alguma forma de equilíbrio para que o Brasil não ficasse estagnado nesses itens geradores de poucos empregos, incluindo outros que favoreçam o desenvolvimento tecnológico e melhor distribuição de renda.

Tínhamos excelentes condições, mas com a irresponsabilidade da classe política o país ainda não se libertou de sua vocação colonial de exportar commodities e importar produtos com valor agregado, e para isso tem deixado o dólar barato. Agora, novamente endividado e sem desenvolvimento dos talentos da população, sofre os efeitos do apagão mental, correndo o risco de regredir ao colonialismo. O problema atual vai além da economia.

Depois de um longo processo de descaso com o futuro, desde a nova república, hoje o país apresenta uma dura realidade: está em processo de desmanche moral, econômico e social. Miséria e violência vêm sendo cultivadas de longa data, praticamente desde a Lei Áurea da princesa Isabel, e desde aquela época não se viu, da parte dos governantes, um plano de integração e melhoria das populações de baixa renda, e o que já era ruim acabou ficando muito pior nas grandes capitais como Rio de Janeiro.

Sem educação, vivendo de forma precária, essa população vai gerando filhos sem se conscientizar de sua responsabilidade com a paternidade e a maternidade. Os humanos precisam e devem ser transformados em seres humanos de fato, pois do contrário a decadência ficará irreversível. As novas gerações estão ficando sem rumo, caindo nas múltiplas armadilhas como a vida devassa do sexo casual sem afinidades nem responsabilidades, contribuindo para a construção deste mundo hostil.

Cabe aos pais mudar esse cenário porque é desde cedo que as novas gerações devem ser preparadas, fortalecidas e motivadas para compreender o mundo em que vivem, agir e assumir a responsabilidade com a vida e com o futuro para construir um mundo sadio, de alegre convivência e harmonia com a natureza. Para assegurar melhor futuro temos de combater a baixa disposição das novas gerações para o aprendizado contínuo e barrar os modelos de moral decadente.

O Brasil precisa sintonizar-se na busca de melhores condições gerais de vida que possibilitem a evolução das pessoas que se dispõem a aprender e a trabalhar com eficiência. Não basta ter um iPhone. Não basta saber onde achar o conhecimento; é preciso aprender vendo fazer e fazendo. Só se aprende com as vivências.

(*) – Graduado pela FEA/USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel e é associado ao Rotary Club. Realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. É também coordenador dos sites (www.vidaeaprendizado.com.br) e (www.library.com.br). Email: ([email protected]).