Hiroshi Hara (*)
O Japão é a terceira maior economia do mundo, possui um mercado sofisticado para produtos, serviços e tecnologias, e desfruta de crescimento econômico estável.
Também vale ressaltar que o país respondeu positivamente às mudanças socioeconômicas globais e está desenvolvendo rapidamente seu ambiente de negócios, em especial por conta de uma atenção muito interessante às startups.
Há no Japão pouco mais de 10 mil startups.
Em 2019 foram investidos US$ 25,38 bilhões, sendo US$ 19 bilhões para startups no mercado doméstico e US$ 6,38 bi para aquelas que atuam fora do país, como aponta a Venture Enterprise Center, do Ministério da Economia, Comércio e Indústria do Japão. Apesar dos números relevantes, comparado ao Brasil, ainda é um mercado que precisar crescer muito.
Para atrair as startups japonesas, executivos da Apex-Brasil e da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP) estiveram captando empresas daquele país a promoverem seus negócios por aqui. Tudo isso pode criar, sem dúvida, um novo patamar de relações entre pequenas empresas dos dois países, algo muito fomentado pelos governos brasileiro e japonês.
Também fazemos o mesmo com o Invest Japan, programa pelo qual oferecemos suporte completo às empresas brasileiras interessadas em investir no Japão, desde o auxílio a elaborar um modelo adaptado ao mercado local, rodadas de negócios, esclarecimento de dúvidas, abertura do escritório até o pós-abertura (divulgação e expansão no Japão). Apoiamos as companhias ainda com pesquisas de mercado customizadas, consulta com especialistas e leis tributárias, reuniões com potenciais parceiros e governos locais.
De iniciativas lideradas pelo governo a desafios sociais em um mundo pós-covid-19, o Japão abre suas portas e está pronto para investimentos e talentos estrangeiros. O Brasil, claro, até por suas relações históricas com o Japão, merece uma atenção especial. Para superar esses desafios e alcançar um crescimento econômico sustentável, a inovação é indispensável.
De olho nesse cenário, o estabelecimento e desenvolvimento de um ecossistema de inovação para startups e a criação imediata de um ambiente de negócios e de vida propício para empresas estrangeiras também estão sendo promovidos pelo Japão. As brasileiras, apesar do foco dado pelos japoneses às nações do Sudeste Asiático, têm grandes possibilidades de negócios e não podem perder.
Entrar em um novo mercado é uma tarefa difícil para qualquer empresa, pois requer tempo e recursos financeiros para fazê-lo. O Japão lançou as oportunidades e as companhias precisam fazer a sua lição de casa. Mas vale lembrar que o Japão e o Brasil sempre tiveram histórias bem-sucedidas de relacionamento. Quem sabe o da sua empresa não é a próxima!
(*) – É diretor-presidente da Jetro São Paulo (https://www.jetro.go.jp/brazil).