Laércio E. Silva (*)
Trabalhar com o que gosta e desperta prazer é, ainda, um privilégio concedido a poucos, principalmente, quando aliado a isso está o retorno financeiro.
Há quem diga que quando fazemos o que gostamos, não sentimos como se fosse um trabalho e as finanças equilibram-se naturalmente, sendo esta a verdadeira realização profissional.
Mas nem sempre é fácil analisar nossa satisfação e empenho no que estamos fazendo.
Às vezes, por falta de escolha, outras por medo de arriscar, as pessoas acomodam-se em suas funções, em alguns casos exercidas há anos, e pensam na transição de carreira como algo impossível ou muito longe de ser realizado. Porém, acredite, essa decisão é mais comum do que se imagina e desde que bem planejada, o sucesso é praticamente certo.
A evolução tecnológica trouxe muitos benefícios para os negócios, não se pode negar, em contrapartida, algumas atividades foram extintas ou passaram a ser desempenhadas de uma outra forma. Esse é um dos pontos que merecem atenção: é preciso saber se gosta do que faz e vale à pena atualizar-se, seja por meio de um curso, especialização, treinamento, ou realmente, se seu tempo naquela função acabou.
Outras ocupações levam em conta a questão da idade. Atletas de alto desempenho, por exemplo, aposentam-se cedo e precisam dar um novo direcionamento à sua carreira. Há ainda, profissionais que não estão felizes com sua rotina de trabalho e isso não depende da empresa em que trabalha, é algo mais profundo, está relacionado com propósito e acreditar que está trabalhando por algo maior que um momento ou o pagamento de algumas contas.
Sentir-se realizado deve ser o objetivo principal do profissional. Com isso, desperta-se a vontade de alcançar sempre novas metas e superar-se diariamente. Mas como é possível fazer essa transição? Como superar o medo e os riscos? Tarefa fácil não é. Requer cautela, planejamento, é preciso estudar o mercado e a área a que pretende migrar, avaliar o que está em jogo, se é apenas a questão financeira, ou a emocional, ou a aptidão para tal função, ou mesmo todos esses pontos juntos.
Preparar-se com uma reserva de capital é fundamental também, pois a transição requer alguns investimentos, ainda que baixos, e pode ser que leve algum tempo até tudo estar no ritmo desejado. Enfim, a reserva é fundamental para evitar frustrações. A verdade é que nunca é tarde para pensar sobre isso.
É possível trabalhar uma vida inteira ou por longos anos na mesma função, na mesma empresa, e perceber que gostaria de estar em outra ocupação. Mesmo que o retorno financeiro, a princípio, não seja compatível, se há um desejo genuíno de empreender ou migrar para outra área, não tenha medo. Prepare-se e siga em frente!
(*) – É sócio fundador e CEO da Millenium Transportes.