Pedro Signorelli (*)
Teoria e prática, apesar de serem termos que costumam andar juntos, possuem milhas de distância entre si.
Isso acontece porque quando pensamos em algo na teoria, é apenas uma ideia, que está presente no nosso imaginário e ainda não foi executada. E muitas vezes, quando colocamos essa ideia em prática, pode não sair conforme imaginamos inicialmente, para melhor ou para pior. A teoria é uma idealização, enquanto a prática é a ação em si.
Dentro de uma empresa, nos vemos constantemente nesse dilema. Quantas vezes você não teve ideias brilhantes, frameworks “vencedores”, modelos bem sucedidos aplicados em outras companhias, mas quando foi executar, algo não funcionou e acabou dando errado?
Ou pior, não tinha o conhecimento necessário e nem conseguiu colocar em prática? Pois então, tirar uma ideia do papel, mesmo que seja simples, é mais difícil do que parece.
Para que esse processo de ter uma ideia na teoria e colocá-la em prática depois seja menos doloroso no seu local de trabalho, é preciso entender alguns pontos: especialmente, se você não trabalha sozinho: o que você pensou está realmente claro para os colaboradores? Existe um passo a passo para ser seguido, com começo – meio – fim? Você possui os meios e as ferramentas para executar o que pensou? E, por fim, e mais importante: você sabe em qual resultado quer chegar?
Todos esses questionamentos devem ser levados em consideração no momento em que você decide tirar algo da teoria e pôr em prática, porque fazem diferença no sucesso ou não da sua ação. É importante que você e seu time estejam na mesma página, entendendo o que foi pensado, para que não ocorra diferentes visões e opiniões do que deve ser feito para concretizar o plano.
Usar uma ferramenta de gestão, que traga clareza e foco com relação ao que fazer, como fazer e a quem cabe cada tarefa é o melhor caminho. Os OKRs – Objectives and Key Results (Objetivos e Resultados Chaves) -, são perfeitos, pois contemplam todos esses pontos. No entanto, é fundamental que a sua proposta também faça sentido para os envolvidos, caso contrário, ninguém saberá o motivo de executar determinada ideia e isso afetará substancialmente o nível de engajamento.
Aliado a isso, a ferramenta possui ciclos menores, de geralmente três meses, e permite ajustes frequentes no plano de execução de estratégia, o que é ótimo, afinal, sua ideia pode parecer genial no início, no papel, mas uma vez colocada em prática, começará a ser testada contra a realidade. Você precisará aprender com isso e ir ajustando, lapidando sua ideia.
Desta forma, se alguma coisa não der certo na primeira tentativa, ou ocorrer alguma interferência externa, como guerra, Covid ou outras, é possível recalcular a rota e fazer modificações na teoria, para que assim a prática saia da maneira esperada e desejada.
(*) – É especialista em gestão, com ênfase em OKRs (http://www.gestaopragmatica.com.br/).