Nos últimos anos, os serviços financeiros se tornaram cada vez mais digitais. Operações que antes eram tratadas na “boca do caixa”, agora podem ser realizadas por meio de aplicativos e internet banking. Neste contexto, observamos também o nascimento e crescimento do número de bancos digitais e fintechs, assim como a criação de novas regulações e o surgimento modelos de negócios como open banking e o open finance.
Em um cenário de grande volume de dados circulando, hackers e malwares se estruturam para realizar ações de roubos de informações importantes. O estudo “Online Payment Fraud”, elaborado pela Juniper Research, aponta que as perdas globais com fraudes digitais devem chegar a US$ 48 bilhões até o final deste ano. Olhando para o mercado nacional, a Serasa Experian registrou que no primeiro trimestre de 2022 foram mais de 389 mil tentativas de fraude – na prática, uma vítima de fraude digital a cada 7 segundos.
Os números assustam e não à toa. Todas as informações disponibilizadas online podem ser um atrativo para os fraudadores, sejam de fato dados financeiros, como também dados pessoais no preenchimento de cadastros ou compras online, por exemplo. Até por isso, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) foi criada para garantir maior segurança na concessão dos dados por parte dos usuários e na manipulação e armazenamento dessas informações por parte das empresas.
Porém, no mercado financeiro o problema por ser ainda mais complexo, já que esses vazamentos ou roubo de identidades impactam diversos serviços, como: aberturas de contas digitais, emissão de cartões, concessão de crédito e outros.
Para isso, o setor vem investindo e está cada vez mais dedicando recursos à tecnologias antifraude. As soluções de onboarding digital são as mais procuradas para os processos de verificação de dados, que podem ser feitas de forma personalizada pelas instituições e respeitando a LGPD. A partir do primeiro contato do usuário com a ferramenta, checa-se a identidade com envio e comprovação dos documentos por imagem, com a tecnologia de Reconhecimento Ótico de Caracteres (OCR); a partir daí, faz-se uma varredura dos dados do CPF junto à Receita Federal para detectar possíveis divergências no cadastro, e ainda um cruzamento de dados de IP e a geolocalização para confirmar o endereço do usuário.
É uma relação benéfica para ambos os lados. Para o usuário, ferramentas de onboarding digital combinadas a soluções de background check, permitem o envio de tokens de segurança — seja por e-mail ou por telefone — e garantem o acesso seguro do usuário. Tudo isso torna a experiência e o relacionamento entre clientes e instituições financeiras ainda melhor.
Para o lado das instituições, os benefícios também são muitos. Além da rapidez e segurança do processo, as tecnologias também promovem a redução de custos operacionais — eliminando a necessidade impressão de documentos, atendimento físico e outros processos burocráticos, demorados e custosos.
Com open banking e open finance possibilitando a entrada de novos players no mercado financeiro, é preciso disseminar cada vez mais o importante papel da tecnologia antifraude para as operações desse setor. Quem não investe em segurança digital não será competitivo o suficiente para desbravar um mercado de forte concorrência.
(*) É CEO da Dimensa.