Thiago Coelho (*)
As marcas tem alma? Claro que não falo no sentido espiritual da palavra, mas sim no sentido metafórico, de essência.
É importante delimitar uma diferença entre essência e história de existência. Em muitos casos isso pode ser confundido. A história percorrida por uma marca ao longo dos anos faz parte da sua essência, porém uma marca nova, recém criada, também tem essência, e de certa forma também tem história. Você, como empreendedor, reflita por um momento em sua trajetória. Tente entender qual o ideal, a visão, a missão, os valores que ditaram o percurso que você teve até montar sua marca.
Tudo isso é a história da sua marca, e consequentemente compõe a essência do que ela é. Junte isso ao que sua marca quer ser, ao que ela conta sobre si ao seu cliente. Entender isso é importante, principalmente quando falamos de termos de marketing ou publicidade. Existem pessoas que vendem produtos, e existem empresas que vendem sensações.
Um vendedor te convence pelo modo como ele fala. A persuasão dele instiga os receptores mentais e emocionais que te levam à decisão de compra. Já uma empresa não consegue fazer isso porque não fala diretamente com você. Um comercial, uma campanha de marketing, uma peça publicitária, esses elementos não tem o mesmo “fator de convencimento” de um vendedor. Então como a marca vende?
Simples, ela tenta simular isso. Ela tenta despertar essas sensações e emoções através de estímulos que falam ao seu cliente. Para isso, é tão importante entender muito bem o cliente. Não há como mudar de estratégia no meio da conversa, como um bom vendedor faria. É preciso saber bem com quem se está falando e garantir que a mensagem seja ouvida. O melhor jeito de fazer com que essa mensagem chegue ao receptor, de forma que ele sinta, e não exatamente pense, é o que realmente vende uma marca. É transmitir a ele as impressões que a alma da sua marca carregam.
É por isso que técnicas como a de storytelling são tão eficientes. Elas mexem com o emocional, porém não precisam usar de uma história ficcional. A própria trajetória da fundação de uma empresa já é uma boa história. O segredo é alinhá-la com o que precisa ser informado. A trajetória empreendedora já é inspiradora. Alinhando valores com a proposta vendida ao consumidor, é possível criar um elo emocional muito forte que gera a empatia com a marca, que fará uma campanha ser bem sucedida.
As marcas vendem conceitos, ideias. Se você trabalhar emoções positivas em uma boa narração de história, o elo é gerado. Todos gostam de uma boa história. É por isso que propagandas em filmes funcionam. O próprio inconsciente assimila a história narrada com a propaganda mostrada. É por isso que é importante conhecer a “alma” da sua marca.
Alinhar seu discurso com quem você é ajuda a criar um laço com quem você quer alcançar. Isso é storytelling.
(*) – É fundador da Case Comunicação (www.casecomunicacao.com).