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Potencializando nossos pontos fortes no local de trabalho

em Artigos
segunda-feira, 20 de março de 2023

Maribel Diz (*)

Uma das perguntas mais comuns a respeito do meu trabalho é como o fato de eu ser mulher afetou minha carreira.

A resposta a ela pode abranger muitas experiências e perspectivas individuais, mas gosto de focar os pontos que vejo como vantagens: o potencial ilimitado, a consciência emocional e o valor geral das mulheres — e como usamos tudo isso para potencializar nossos esforços de fomentar (e alcançar) uma maior equidade e igualdade no trabalho.

Vejo as mulheres como super-heroínas. Temos a capacidade inata de ser criativas, de solucionar problemas e de fazer várias coisas ao mesmo tempo. Tivemos avanços significativos nos últimos anos no sentido de criar condições mais igualitárias, garantir um lugar à mesa e fazer com que nossas vozes sejam ouvidas — tudo isso, sem nos descuidarmos de nossa vida pessoal.

Por outro lado, muitas vezes nem notamos que estabelecemos expectativas irrealistas para nós mesmas e somos as mais severas críticas de nossa própria performance. Para perceber nosso valor e liberar nosso potencial no local de trabalho, precisamos entender que somos capazes, mas que precisamos (e devemos) fazer o que for necessário para termos sucesso — seja alterar o curso, parar para recalibrar ou voltar atrás, se for o caso.

Nada disso nos custará aquele cobiçado lugar à mesa, mas nos dará clareza e perspectiva para sermos líderes mais eficazes, inclusivas e empáticas. O Dia Internacional da Mulher nos dá a oportunidade de refletir sobre tudo o que conquistamos e o que podemos fazer para continuar fomentando um ambiente realmente inclusivo.

No contexto de igualdade e equidade, a inteligência emocional é outra vantagem relevante no ambiente de trabalho de hoje. Gosto do termo “liderar com o coração”, pois transmite a ideia de que liderar com gentileza e humanidade não é sinônimo de eficácia limitada ou baixa performance. Pelo contrário. Significa construir relacionamentos fortes entre os líderes e suas equipes e fomentar uma cultura de confiança e respeito.

Também significa fomentar ‘segurança psicológica’ entre equipes e pares, habilitando os profissionais a expressar suas ideias, assumir riscos e exercitar a própria criatividade sem medo de julgamento ou repreensão a fim de elevar sua performance e seu senso de pertencimento. Já foi dito que, de modo geral, as mulheres têm mais inteligência emocional do que suas contrapartes. Assim, deveríamos aproveitar isso!

Por fim, há o sentimento de camaradagem e fraternidade que nasce da consciência de que é preciso que toda a comunidade (ou a empresa, neste caso!) funcione como um espaço onde podemos aprender com nossos erros, deixar as coisas melhores do que estavam quando as encontramos e empoderar outras pessoas no processo.

Em meus mais de 25 anos na Visa, tive a sorte de trabalhar com colegas e líderes — homens e mulheres —comprometidos em ajudar a todos, em todos os lugares. As mulheres na Visa lideram pelo exemplo e estão na vanguarda de diferentes áreas e mercados. Em nossa região, por exemplo, a força de trabalho total está dividida igualmente entre os gêneros (50%-50%).

Como mulher e líder, tenho o compromisso de continuar impulsionando nossa atuação e responsabilidade no local de trabalho e de compartilhar uma perspectiva que agregue valor, inspire e transforme. Nesse meio tempo, gostaria de deixar alguns conselhos: usem seus pontos fortes (sejam vigilantes e avaliem o ambiente ao seu redor) e apoiem uma colega de trabalho orientando-a e ajudando-a a prosperar.

Por exemplo, reforcem positivamente a confiança em ser assertiva e apontem possíveis armadilhas. Ações como essas ajudarão a moldar a próxima geração de líderes que, certamente ,ajudarão nosso legado a sobreviver.

(*) – É vice-presidente sênior e líder de Recursos Humanos da Visa América Latina e Caribe