Ernesto Haberkorn (*)
Quem nunca sonhou em ser o seu próprio chefe?
Três em cada 10 brasileiros, entre 18 e 64 anos, possuem uma empresa ou pretendem criar o seu próprio negócio, mostra pesquisa da Global Entrepreneurship Monitor (GEM), realizada no Brasil pelo Sebrae e pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP). Quando o assunto é micro empreendedor individual, o Portal do Empreendedor aponta que no Brasil há cerca de cinco milhões de pessoas que trabalham por conta própria e que se legalizaram como pequenos empresários. E esse número só tende a crescer.
Mas de onde surge esse interesse? Acredito que alguns diferenciais como horários flexíveis e a expectativa de ter um rendimento maior são os principais atrativos para os empreendedores. Além disso, o Brasil é um País que dá espaço para a criatividade e para que comércios de todos os segmentos e portes se desenvolvam, o que facilita colocar a ideia de montar um negócio em prática. Porém, ser o seu próprio chefe conta com os dois lados da moeda: de um podemos citar a facilidade em ajustar o tempo de trabalho à rotina pessoal e do outro lado, o acúmulo de funções e a sobrecarga de tarefas.
Se pararmos para pensar, ter um pequeno negócio não é fácil. A atitude requer grandes habilidades e organização. Veja só, o empreendedor terá a responsabilidade de abrir e fechar a empresa, fazer compras, cuidar da limpeza, gerenciar as contas a pagar e a receber, realizar o atendimento ao cliente, entre outras tarefas corriqueiras, inevitáveis no dia a dia. Por atuar sozinho, o empresário não pode deixar nada de lado, pois o crescimento do negócio está nas mãos dele. Além disso, todo o esforço dedicado à empresa retornará em êxito financeiro. E isso faz toda a diferença.
Em contrapartida, aqueles que atuam em grandes empresas também possuem trabalho intenso, só que menos sobrecarregado. Por exemplo, em uma multinacional existem diversos especialistas para orientar e auxiliar quem está à frente do trabalho. Sendo assim, é muito mais difícil que algum erro aconteça. Esse cenário é o contrário do que ocorre com o pequeno empreendedor, que precisa pensar e agir sozinho, planejar e fazer com que seu negócio cresça, ganhe visibilidade e seja lucrativo. Esta é uma missão que requer muito esforço, cuidado e calma, pois qualquer investimento errado pode levar a marca à falência.
O dono tem o poder de alavancar ou afundar a sua empresa. Isso depende do esforço e dedicação de cada um. A principal semelhança entre empreender ou gerenciar uma multinacional é que ambos precisam fazer boas escolhas para que o negócio dê certo. É preciso escolher os melhores produtos, funcionários capacitados, oferecer eficientes modelos de vendas e preços atrativos. Quanto mais por dentro e melhor entender o segmento, mais capacitado quem está à frente do negócio ficará para tocar a sua empresa ou treinar um colaborador para assumir as suas funções.
Todos esses levantamentos podem parecer tarefas árduas, mas digo que por mais cansativa que seja, é muito prazerosa. Acredito que nada seja melhor do que realizar os nossos objetivos e trabalhar com o que gostamos. Por isso, entendo e acredito que o número de empreendedores no Brasil só tende a crescer. E você, já pensa em abrir o seu próprio negócio?
(*) – É criador do Circuito NETAS e diretor da TI Educacional.