Thelma Valverde (*)
“O segredo de um produto de sucesso, é não ter produto”. Uma frase que pode soar um tanto quanto paradoxal à primeira vista no mundo dos negócios, mas, na verdade, à medida que a transformação digital se aprofunda, se torna cada vez mais relevante.
Em vez de criar produtos físicos e rígidos, as empresas que prosperam são aquelas que entregam soluções flexíveis, personalizáveis e contínuas. E é aqui que o desenvolvimento de softwares customizados e plataformas inteligentes entra como protagonista. Segundo dados do Gartner, os gastos mundiais com TI devem atingir US$ 5,06 trilhões em 2024, um aumento de 8% em relação a 2023.
Com esse dado, podemos ver que as grandes empresas e corporações estão investindo cada vez mais em tecnologia com o objetivo de aprimorar os processos e ganhar escalabilidade. Mas quando falamos de desenvolver software, a história muda, isso porque não é uma tarefa fácil.
Estamos em uma era em que os clientes e consumidores não buscam somente um produto, eles querem soluções que atendam de forma exata e única as suas necessidades. Produtos engessados e de prateleira já não conseguem acompanhar as expectativas dinâmicas de um cliente que deseja experiências sob medida. O diferencial, portanto, é desenvolver soluções que sejam capazes de evoluir junto com as demandas, ou seja, através de um desenvolvimento vivo e escalável.
Diferentemente de um produto padrão, que se aplica de maneira genérica, o software sob medida é desenhado para atender às particularidades de um negócio, setor ou grupo de usuários. Ele não é “um produto” no sentido tradicional, mas sim uma solução contínua, flexível, que cresce e se adapta conforme novas necessidades surgem.
Portanto, em um mercado que muda rapidamente, insistir em softwares de prateleira, que não oferecem a possibilidade de adaptação ou personalização, é como correr contra o tempo. As empresas que apostam em soluções de software mais flexíveis e plataformas inteligentes saem à frente, não apenas porque entregam inovação, mas porque estão preparadas para reagir a novas exigências quase em tempo real.
Ao não oferecer um “produto” engessado, mas sim soluções, essas empresas eliminam o risco da obsolescência. Afinal, ao contrário de um produto físico que pode se tornar ultrapassado, soluções tecnológicas são uma constante evolução, prontas para absorver novas tecnologias, como IoT, inteligência artificial e automação.
Por fim, o segredo de um produto de sucesso, na era digital, pode realmente ser não ter um produto, ao menos da maneira tradicional como o entendemos!
(*) – É CEO da eMiolo, startup focada em desenvolver soluções inteligentes e customizadas (https://emiolo.com/).