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O que o futuro nos reserva

em Artigos
quarta-feira, 20 de março de 2019

Benedicto Ismael Camargo Dutra (*)

As mídias sociais permitem que as pessoas digam o que pensam, embora se isso irá circular e repercutir é outra conversa.

Os brasileiros têm sido mantidos de olhos vendados, no escuro, sem enxergar a realidade, sem definir propósitos de melhora. Com toda riqueza natural o país é dramaticamente pobre, coleciona rios poluídos e barragens detonadas, enquanto pequena parte de riqueza fica nas mãos de poucos, o restante vai embora. Não será fácil contrariar tantos interesses consolidados. Haja Luz sobre o Brasil.

É difícil alcançar paz e progresso em regiões bem-dotadas de recursos naturais uma vez que há poucos estadistas voltados para o bem geral, prevalecendo os interesses econômicos e financeiros em meio a lutas pelo poder e radicalismo religioso. A humanidade se defronta com o drama da luta pelo poder e riqueza, praticando os princípios maquiavélicos de conquista e conservação do domínio.

Já vínhamos perdendo o rumo dando espaço às tiranias. Após séculos de predomínio da Igreja e seus reis, foi surgindo a ideia do dinheiro que, tomando corpo, deu origem ao Estado Democrático Republicano garantidor da moeda. Surgiram os Bancos Centrais. Os políticos foram exorbitando, deixando de cumprir seus deveres junto à população. Os Estados se endividaram. As novas gerações não receberam o preparo adequado. A insatisfação cresceu.

Diante da decadência, mais do que a democracia, o que está em risco é a humanidade, a individualidade, a clareza no pensar, a fixação de alvos nobres. Desde que surgiu o Estado Republicano para garantir o dinheiro fiduciário, entender como funciona a moeda e o câmbio se tornou indispensável para os setores público e privado. A aplicação abusiva de juros, abertura comercial e valorização cambial trouxeram para o Brasil o oposto do que fez a China.

Amargamos a estagnação, baixa produção, desemprego, dívida monstruosa. Além disso, preparar a população, administrar o câmbio, controlar a dívida e tudo que não foi feito, acarreta essa desestruturação do país. Os atuais responsáveis têm de abrir os olhos e fazer o diagnóstico correto para sair das algemas que mantêm o atraso.

Adam Smith (1723-1790) é considerado o Pai da Economia Moderna. Para ele, a economia se move pelo interesse privado dos indivíduos. O que ele diria da modalidade capitalismo estatal abastecendo o livre mercado? Protecionismo muleta não é saudável, mas com câmbio valorizado, como competir com produção em larga escala com mão de obra barata para exportar em dólares? Como manter equilíbrio na produção, empregos e balanças?

Há muitos dólares rodando pelo mundo, mas o que querem os donos do dinheiro? Viriam para o Brasil em busca do quê, oferecendo o quê? Isso aumentaria a produção, empregos e rendas? Ou a tendência será mais horas trabalhadas por menos renda? Há um grande desequilíbrio no comércio global. Quantos países conseguem manter equilíbrio ou superávit na balança comercial?

Juros de 6,5% impactam aumentando a dívida em mais de 300 bilhões de reais por ano. Imagine se fosse o dobro. A economia permanece estagnada com produção fraca e poucos empregos. É preciso abrir os olhos e ver qual é a realidade da economia global e fazer esforço efetivo por um Brasil melhor, com menos precariedades gerais.

O que será da economia globalizada? Ninguém sabe muito bem para onde vai o futuro, mas sabe-se com certeza que as mudanças serão drásticas. Há duas sustentabilidades: a principal é a da natureza, sem a qual não haverá futuro; a outra é a financeira, pois os governantes não cuidam dela com equilíbrio, enchem o país de dívidas forjando um futuro de escravidão.

(*) – Graduado pela FEA/USP, realiza palestras sobre qualidade de vida e coordena os sites (www.vidaeaprendizado.com.br) e (www.library.com.br). É autor dos livros: Nola – o manuscrito que abalou o mundo; Desenvolvimento Humano; O Homem Sábio e os Jovens; O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida, entre outros ([email protected]).