Esse ranking reflete o nível de inovação de cada país e é produzido por um grupo de organizações, dentre as quais, o Boston Consulting Group, uma grande empresa de consultoria, a National Association of Manufacturers e o Manufacturing Institute, instituições ligadas à indústria americana.
Esta é a 12ª edição do ranking, que classifica os países com base em 80 indicadores, tais como pedidos de patentes, registros de propriedade intelectual, criação de aplicativos para smartphones, investimentos em educação e publicações científicas e técnicas. Os melhores colocados no ranking foram Suíça, Suécia e Estados Unidos; na América Latina, ficamos em 5º lugar e no âmbito dos BRICs, fomos os últimos. Outro índice similar, o Bloomberg Innovation Index, colocou-nos em 45º lugar.
Lembrando que já em 1942 o economista austríaco Joseph Schumpeter, em seu livro “Capitalismo, Socialismo e Democracia”, dizia que as inovações são a força motriz do crescimento econômico sustentado a longo prazo – e que a ausência delas conduz empresas, indústrias e até mesmo países à ruina. Por isso, vale a pena refletir acerca das causas dessa nossa má situação no ranking e que, se eliminadas, ajudarão a melhorar a situação.
A crise econômica que se instalou em nosso país a partir de 2015, é talvez a principal causa, ao menos em termos de curto prazo. Ela fez cair os investimentos em pesquisa e desenvolvimento tanto por parte das empresas como por parte dos governos.
Outras causas, estas de origem anterior, contribuem para nossa situação ruim: qualidade do ensino, especialmente nos níveis iniciais, quando se dá às crianças a base em leitura e matemática para seu posterior desenvolvimento profissional – e ligada a isso, a baixa produtividade de nossos trabalhadores, a burocracia asfixiante, a baixa disponibilidade de crédito a juros civilizados e a carência de infraestrutura, especialmente de telecomunicações e transportes.
A pesquisa que gerou os índices mostrou alguns pontos positivos do Brasil, tais como o tamanho do território e da população e a presença de empresas globais. Vale lembrar que o IDC, um instituto de pesquisas na área de Tecnologia da Informação, acredita que em 2019 os investimentos nessa área no Brasil crescerão 10,5%, contra uma média mundial de 4,9% – esse é um ponto muito positivo.
Buscando contribuir para a melhoria dessa situação, a Universidade Presbiteriana Mackenzie vem tomando diversas medidas, tais como alteração de suas estruturas de inovação e empreendedorismo, alocação de recursos financeiros próprios à pesquisa, atualização constante de seus cursos e promoção de parcerias e eventos voltados à inovação em áreas como Internet das Coisas e Inteligência Artificial.
(*) – Doutor em Ciências pela USP, é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.