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Mulheres na liderança: um novo olhar que gera mais resultados nos negócios

em Artigos
quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

Carolina Gilberti (*)

Empresas existem e sobrevivem porque clientes pagam por produtos, serviços ou soluções. No Brasil, cerca de 80% das decisões de compras estão nas mãos das mulheres. Organizações que não entendem ou não dialogam com as necessidades de quem consome o que oferecem estão perdendo uma fatia importante do mercado. Não é uma questão de competição e sim de complementar competências e gerar benefícios para o ambiente profissional.

Dados comprovam a importância das mulheres no mercado de trabalho. Uma pesquisa do IBGE mostra que o público feminino é maioria no ensino superior. O levantamento Estatísticas de Gênero – Indicadores Sociais das Mulheres no Brasil indica ainda que elas enfrentam preconceito no mercado de trabalho e que, para vencer barreiras, precisam evidenciar e provar mais aptidões. Já um levantamento do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa aponta que mulheres ocupam apenas 15,2% das cadeiras em conselhos de administração, fiscais e em diretorias de capital aberto do país.

O número ainda é baixo, porém representa pequeno aumento em relação a 2022, quando elas eram 14,3%. Outro estudo, da XP Investimentos, mostra que o compromisso das companhias da bolsa brasileira com a diversidade de gênero aumenta o retorno dos acionistas. A corretora calculou que uma cesta com as ações das 15 empresas de capital aberto com mais mulheres no conselho de administração avançou 349% desde 2010, enquanto o Ibovespa, indicador de referência da B3, ganhou 49% no mesmo período.

Como estimular a presença feminina no ambiente corporativo? Em meio a todo esse contexto, algumas ações merecem atenção:

  1. Incentive a participação feminina em diferentes funções e em cargos de liderança;
  2. Apoie políticas públicas que assegurem os direitos das mulheres;
  3. Ofereça e garanta equidade de cargos e salários;
  4. Posicione-se de forma transparente e autêntica em relação à importância e aos impactos positivos da presença de mulheres em empresas.

Fato é que times diversos são mais humanos e conectados com as demandas do mundo, geram melhores relacionamentos e transformam ambientes de trabalho em lugares desejáveis. É necessário sair do discurso comum e promover uma manifestação genuína. Nesse sentido, a gestão humanizada é o futuro e as mulheres estão à frente dessa mudança.
Conclui-se, portanto, que padrões e vícios do passado já não cabem mais no mundo atual.

O saldo social e econômico só será positivo quando homens, mulheres e empresas entenderem a riqueza da união e da diversidade. O mundo corporativo pautado por competição, hierarquia, ego e individualismo está dando lugar a uma nova era em que valores como colaboração, empatia, cuidado, sustentabilidade e saúde mental são prioridades.

(*) – É CEO da Mubius Womentech Ventures, a primeira WomenTech do Brasil.