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Mulheres descobrem corridas de rua

em Artigos
segunda-feira, 02 de maio de 2016

Milla Oliveira (*)

Cuidados com a saúde devem ser observados antes de iniciar os treinos.

O calendário de corridas de rua no Brasil é intenso. Tem corrida para todo perfil, de profissional a amador. Mais recentemente, o número de mulheres participantes cresceu de forma expressiva, fazendo com que surgissem provas voltadas somente para elas. Um levantamento feito pela Associação dos Treinadores de Corrida de Rua de São Paulo revelou que o número de corredoras de meias maratonas no Brasil cresceu 90% de 2011 a 2014.

De acordo com a última pesquisa da Federação Paulista de Atletismo sobre corridas de rua, mais de 200 mil mulheres participaram de provas da modalidade no estado no último ano. Este número representa 34% das pessoas que se inscreveram em corridas de rua em 2014. “É um número que mostra uma maior preocupação das mulheres com a saúde e a prevenção de doenças”, afirma a médica do InCor Amanda Rodrigues, especialista em cardiologia do esporte.

A corrida e outras modalidades de atividades físicas oferecem uma série de benefícios para as mulheres. De acordo com Amanda, o exercício tem impacto no controle de doenças crônicas, como hipertensão e diabetes. “Além disso, o papel do exercício como terapia no tratamento do câncer já é conhecido”. A médica alerta, porém, para as precauções necessárias para que o exercício seja mais bem aproveitado.

“Algumas modalidades esportivas exigem um peso corporal baixo e rotina intensa de treinamento, o que acaba levando muitas participantes a distúrbios alimentares e a outros problemas de saúde”. Amanda se refere a um problema muito comum, chamado “tríade da mulher atleta”, ou “síndrome da mulher atleta”. É o que acontece quando as mulheres praticam atividades físicas desordenadamente, sem acompanhamento, e desenvolvem distúrbios como osteoporose, amenorreia (falta de menstruação), anorexia ou bulimia. “60% das atletas desenvolvem a síndrome, sobretudo nas modalidades associadas à magreza ou em fases de treinamento intenso.”

A médica explica que os problemas causados pela síndrome estão interligados. Com a baixa na gordura, o organismo deixa de produzir hormônios, o que leva à amenorreia e causa problemas ósseos. “Os distúrbios levam à queda na gordura corporal e consequente redução de estrogênio, que desempenha papel importante na absorção do cálcio e pode fazer com que o osso fique mais fraco, com risco de osteoporose. E isso aumenta o risco de fratura.”

É por causa de problemas como esse que a prática de atividades físicas precisa respeitar os limites do corpo. Homens e mulheres que buscam a prevenção de problemas cardíacos e a manutenção da saúde devem praticar cerca de 150 minutos de exercícios moderados por semana, recomenda Amanda. A média equivale a 30 minutos de atividades físicas por dia, cinco vezes por semana. Para quem faz atividades de alta intensidade – atletas de competição, que precisam de alto rendimento –, o recomendado é 75 minutos por semana.

Independentemente do sexo, da modalidade e da idade, é necessário fazer uma avaliação médica antes de começar qualquer atividade física. A Sociedade Brasileira de Cardiologia recomenda que sejam realizadas consultas com cardiologista e, no caso de homens acima de 40 anos e mulheres acima de 50, que sejam feitos testes ergométricos antes do início do programa de exercícios.

Fonte: Site Coração & Vida (www.coracaoevida.com.br)